domingo, 7 de fevereiro de 2010

"Eu não sou dado a essas modernidades..."

Algumas frases têm o poder de petrificar nossas ações ou o desdobramento de idéias. Isso aconteceu comigo na ultima sexta-feira, quando participava de uma reunião do nosso grupo de estudos sócio-ambientais, que procura (pelo menos assim penso) entender os problemas ecológicos da nossa região semi-árida já tão sofrida.
Discorriamos sobre as atitudes e formalizações das mesmas com relação a um evento que estamos organizando, quando foi por mim sugerido que poderiamos possibilitar a implementação em um dos GT's, de um tema que discutisse a Ecopedagogia, o que de pronto foi manifestada a aversão pelos componentes da reunião. Não entendo como se discutir hoje problemas sócio-ambientais, sem inserir na pauta entendimentos ecopedagogicos, afinal é a ecopedagogia uma ciência nova, que vem estudando de forma mais humanizada o desenvolvimento sustentável.
Entendi que, o educador que manifestou com maior evidência a sua aversão ecopedagogica, talvés por desconhecimento ou medo de entender o novo, não perceba que Pedagogia sofre restrições no nosso país ainda, por tambem ser uma nova ciência. Como estudante pesquisador, vejo a pedagogia como uma porta de entrada para uma educação diferenciada na escola e comunidade, e tembém é a pedagogia uma ciência como todas as ciências, mutante, em constante evolução, pois os conhecimentos são produzidos a todo instante, principalmente agora com uma maior difusão dos meios comunicacionais ( e aí entra em avidência outra ciência ainda mais nova - a educomunicação) que possibilitam uma interação sem precedentes entre educadores, educandos e comunidades.
Na minha singela interpretação, a interseção da pedagogia, ecopedagogia e educomunicação, será inevitável na escola, principalmente por estar-mos cotidianamente em contato com o jovem, que esta cotidianamenta em contato com essas ciências, pois as mesmas estão inseridas no cotidiano de suas vidas.
Pensar ecopedagogicamente é pensar em concietização de massa através da escola, onde se pode inserir nos curriculos e nas relações educativas a importância da preservação e desenvolvimento sustentával nas crianças e jovens que leverão essa idéia por toda a vida, e serão sim, multiplicadores e difusores dessa necessidade social, tornando-se cidadãos humanistas, criteriosos e concientes, divulgando que devemos nos preocupar com mais dignidade com nossa casa ( o planeta) para que as futuras gerações tenham sim a oportunidade de viver da melhor forma possível.
Nós educadores não podemos nos furtar a possibilidade de avolução, e quando não procuramos entender o novo, estamos nos remetendo a sistemas interpretativos antigos a arcáicos que de nada ajudaram a humanidade nos ultimos anos. O que encontramos nas academias, é um cuidado exagerado com a manutenção do "nome", com as certificações e titulações, e por vezes me pergunto até onde vai o comprometimento social dos acadêmicos. Fazem por si mesmos, e pouco do que é produzido chega a influenciar o cotidiano das populações. Os fundamentadores dos trabalhos acadêmicos de hoje, apenas o são porque não tiveram medo de atirar-se a entender o novo na sua época. Fico constragido por ter que aceitar o engodo da certificação e reconhecimento acadêmico para que tenha assim a possibilidade de continuar meus estudos. Gostaria sim de ir além, para aprender a interagir melhor com as comunidades, pedagogiando com meus iguais e procurando meios educacionais e informacionais que realmente interfiram junto ao povo na busca de uma escola melhor, de melhores interações, de desenvolvimentos melhores que permitam melhoria na qualidade de vida das populações e uma relação adequeda entre humanos e natureza.
Tive o privilégio de ler o texto do professor Hebert da Silva - Ecopedagogia com Educomunicação : tempo, conversa com a árvore e o ECO (http://isva-institutosocioambientaldevaleria.blogspot.com/2009/04/ecopedagogia-com-ecucomunicacao-tempo.html ) e essa leitura me lembrou um trecho do texto de José Manoel Moran (Novas Tecnologias e Mediaçao Pedagogica) quando ele diz "...o professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel é fundamentalmente de um orientador/mediador." Um fervilhar de idéias passou a efervecência na minha cabeça quando ouvi a frase do educador que entitula esse texto, se é preciso estar em constante pesquisa, se é preciso se permitir a todo instante a modificabilidade para se ser um bom educador, e aí Moran vai além quando escreve, "Só pessoas livres a autonômas - ou em processos de libertação - podem educar para a liberdade, podem educar para a autonômia, podem transformar a sociedade. Só pessoas livres, merecem o diploma de educador", como posso não me permitir a descoberta do novo?... a procura do entendimento de novas ciências?...sei que vou ter que construir uma base acadêmica para que possa dar continuidade a meus estudos, mas no fundo, prefiro me tornar um educador, e fico feliz em perceber que existem muitos homens que mesmo tendo se tornado doutores, despiram-se do pavonismo evidente nas academisas e preocupam-se com o social, com os menos abastados. Quiça um dia as academias levem em considaração novas experiências, novas formas de entender o que seja academico, para que alguns alunos se sintam mais felizes e realizados profissionalmente.