domingo, 28 de setembro de 2008

EDUCAR...UM ATO DE AMOR.

EDUCAR...UM ATO DE AMOR.


Tinha que entender o processo cognitivo e relações existentes entre docentes e discentes, bem como a problemática com relação à evasão crescente que ocorre nos espaços destinados aos procedimentos educacionais. Passei então à elaboração do Projeto “Tira Dúvidas”, o qual, após a apresentação do mesmo a Escola Estadual Luiz Viana Filho, nesta cidade, e sendo o projeto apreciado e aprovado pela diretoria da escola, organizei e passei juntamente com dois outros colegas a ministrar aulas de química, física e matemática, onde discorríamos sobre os assuntos dados durante a semana pelos professores das referidas matérias, e passávamos, sempre aos sábados à tarde, a efetuação dos exercícios que eventualmente deixavam dúvidas.
Percebi então que a maioria dos alunos não tinha a mínima noção do que se discutia em sala, e menos noção ainda, do entendimento da matéria. Esse fato, segundo minhas observações, esta diretamente ligado à dispersão dos alunos, e passei a perceber que os mesmos deixavam a sala durante as aulas não por negligência com os estudos, e sim, por não compreenderem o que se propunha ao entendimento, nem as resoluções dos problemas correlativos quando da solução das preposições. Causou-me estranheza o fato de, o que no inicio pareceu uma grande idéia, como fora a implantação do “Tira Dúvidas”, tenha tido tão pouca adesão dos alunos. Aconteceu então que, devido a necessidade de ausência do professor da matéria, fui convidado a substituir o mesmo e passei a ministrar aulas de Física, durante a semana, aos alunos do EJA- Educação de Jovens e Adultos, do ultimo período. Percebi então que 42 de 49 alunos da sala 1-A, 3º ano, não entendiam operações com sinais, operações com números fracionários, raiz quadrada, etc., que são noções básicas da matemática, para que se passe ao desenvolvimento de problemas básicos de Física, tendo em vista que estudávamos Movimento Retilíneo Uniforme e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado.
Após a constatação do fato, decidimos iniciar um processo de recuperação da matéria, onde passamos a ministrar aulas básicas correlativas ao entendimento e resoluções de problemas iniciais com a matemática, e para nossa surpresa e prazer, passamos a viver o verso do processo que se iniciara, passamos a ver o fim da dispersão, passamos a conhecer alunos que até então não haviam comparecido à aula. Alunos que não compreendiam os exercícios de Física, conseguiram por fim resolve-los, e para minha grata felicidade, passamos adiante na matéria, e propiciou-se a discussão da problemática criada com o pouco que conseguiram entender, queriam mais e discutiam mais, perguntavam mais, produziram mais. As aulas de Física são ministradas em dois horários seqüentes, com intervalo de 10 minutos entre elas, o que passou por várias vezes despercebido, e entrava-mos no intervalo maior, sem que nenhum aluno deixasse a sala de aula, e por vezes os alunos da outra sala vinham à porta chamar-me para que passasse-mos a aula do outro grupo.
Os parágrafos anteriores, reservei-me ao relato da experiência vivida com os alunos do EJA do Colégio Luiz Viana Filho, em seguida, passo ao relato das observações feitas durante as aulas, que perduraram no período de 03 de março a 05 de junho de 2008.
Fica evidente a falta de interesse do professor em propiciar o conhecimento aos alunos, pois não se pode acreditar que, o que tenha sido por mim percebido, quanto aluno ainda de Pedagogia, não seja percebido por professor do Estado. Em entrevista realizada com alguns alunos, foi declarado pelos mesmos que por vezes o professor dissera em sala, da incompetência dos alunos do EJA, e que os mesmos apenas ali estavam para a aquisição de um diploma de nível médio. Por várias vezes também, foi dito pelo professor, e fica explicitado aqui, que a afirmação não foi proferida apenas pelo professor de Física, que os mesmos (alunos do EJA) não têm a menos chance no vestibular e que podem se dar por felizes em concluir ensino médio. Declaro desde já o meu repudio a esse tipo de declaração ou forma de educar, e lembro que fui aluno do CPA – Comissão Permanente de Avaliação, da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, que é uma avaliação supletiva, onde o aluno estuda em casa e apenas comparece à escola para a realização das provas avaliativas, e hoje estou no Terceiro Semestre do Curso de Pedagogia 2007.1, No Campus XVI, da Universidade do Estado da Bahia. Atitudes como essas causam:
- Descontentamento nos discentes;
- Desalento;
- Descrédito;
- Desconfiança;
Nasce no estudante um grande sentimento de incompetência no aprender, e o mesmo passa a indagação quanto a verdadeira importância da matéria com relação à sua aplicabilidade. Foi por mim percebido também a existência de alunos que nada querem, e que por vezes, passam a tentativa de deturpação da aula, com brincadeira sem nexo, sem lenço e sem documento, mas que segundo minhas observações, se a interatividade estiver propiciando o conhecimento e despertando o interesse dos discentes, os mesmos resolvem o problema e por vezes, não se faz necessária a intervenção do professor, e que nas aulas subseqüentes, esses alunos problemas passam a participação ativa e efetiva, pois têm potencial de absorção da matéria bem como entendimento, superior àqueles que esforçam-se mais, o que evidencia ainda mais que a aula de má qualidade leva esses alunos a dispersão e à tentativa de bagunçar o ambiente educativo, por acharem que o professor é incompetente e que não sabe ensinar.
Lembro do tempo em que esquentava os bancos escolares, e quão grande é a diferença da atitude do professor de hoje se comparada à atitude do professor de outrora. Sempre existiram alunos relapsos e problemáticos, mas os professores tinham autoridade e impunham-se. É conflitante discutir-se imposição nos nossos dias, principalmente no âmbito educativo, mas é o que existe também nos dias de hoje. Os alunos das escolas particulares têm um melhor desempenho devido a consciência que é construída nos mesmos de forma impositiva, pelos pais, pela escola, pela sociedade, e isso deixa de ser visto como imposição porque eles aceitam com naturalidade, porque é construído nesses alunos a responsabilidade do investimento e a correlação com a perca do mesmo. Há um descaso do professor com o aluno do ensino supletivo, pois entende-se que esse aluno foi o aluno que no passado não quis nada com a escola, ou que tenha sido um aluno problema, e que a necessidade do certificado, pela imposição do emprego é que o tenha levado hoje à escola, o que é um erro. Em entrevistas com os alunos do EJA pude constatar que a maioria deles, não concluíram os estudos devido a inacessibilidade ou devido a urgência em trabalhar. Atitudes governamentais hoje, propiciam aos jovens maiores possibilidade com relação a essa acessibilidade educativa, não se alcançou ainda o ideal, mas em muito se melhorou as condições e se facilitou o acesso as escolas e universidades. Na minha juventude apenas os filhos dos senhores ricos (fortes comerciantes, doutores, latifundiários,etc.) é que conseguiam acessar o ensino superior. Lembro que meu amigo de infância Jeová (Vavazinho), que pelos sonhos dos seus pais tinha que aprender um oficio (profissão), foi por sua família enviado para estudar em Jequitibá, uma escola Católica que existia ou existe ainda no interior da Bahia, e nos vimos por mais duas ou três vezes ainda, e perdemos o contato. O professorado da minha infância tinha um sentimento maior de compromisso com os alunos, com a formação dos mesmos, sonhavam em ver um aluno que tivesse passado por sua mão acessar o ensino superior. Há pouco, antes de fazer o CPA, tive que efetuar uma pesquisa para levantar os dados de minha passagem pela Escola Paroquial na década de 70, e somente fui conseguir localiza-los quando já havia sido aprovado no vestibular, quando em contato com os professores que localizei em Capim Grosso – BA, a professora Valdetina chorou quando soube de minha aprovação, e me falou que nunca é tarde (referindo-se a minha idade) para que se consiga acesso ao ensino superior, e falou de como realizara seu sonho, e de quanto ficava feliz sempre que tomava conhecimento de que um aluno seu conseguira acessar o ensino superior. O conflitante, é que Ela nunca ganhou um bom salário, nunca teve condições de desenvolver um bom trabalho se pensar-mos nas condições de ensino que eram colocadas aos docentes na época.
Estudamos e aprendemos que educar é um ato amoroso, entendemos a necessidade avaliativa no acompanhamento do desenvolvimento do aluno (Lukcesi, Cipriano – 1999), a avaliação da aprendizagem se torna importante quando o docente tem consciência de formar o sujeito, crítico, técnico e necessário à continuidade do propiciamento adequado no processo de qualificação de cidadãos ciosos dos seus direitos e deveres, entendedores que, o seu direito termina onde começa o do outro e vice-versa. È importante educar-se com seriedade e destreza, com o cuidado em formar sujeitos que preocupados com o bem estar de sua prole, para que não mais aumentem os índices de criminalidade que assolam o país. Criar com cuidado os filhos, em detrimento da classe social ou berço, educar para a vida, é preparar o cidadão que sabe amar o próximo, o cidadão que vê a miséria e preocupa-se com a falta de oportunidade que a humanidade tanto anseia. Países que foram destruídos após a segunda grande guerra, foram reconstruídos com investimentos maciços em educação, em processos que duraram por não menos que duas décadas, e hoje esses mesmos países são detentores de grande desenvolvimento, e propiciam ótima qualidade de vida a suas populações ( Japão, Itália, República Checa, Iugoslávia, Alemanha, etc.) com baixos índices de criminalidade, boa educação, boa qualidade de vida, e isso evidencia que, a melhor forma de propiciar melhoras a um povo é educando esse povo. Já existe hoje em nosso País, uma forte corrente de teóricos, sociólogos, políticos, estudantes, e cidadãos que exercem atividades das mais variadas, que acreditam nisso, e defendem a implementação do Educacionismo na nossa federação, como única forma de acelerar e efetivamente levar o nosso povo ao livre exercício da cidadania, onde se defende escolas igualitárias com os mesmos propiciamentos a ricos e pobres. Há ainda muita desconfiança em torno da proposta, pois a mesma partiu da ideologia do Senador da República, Cristóvão Buarque, e muitos vêm nessa atitude, uma forma de autopromoção, pois é da sapiência de todos que o mesmo Senador tenciona e almeja a Presidência da República. O que devemos pensar é: Não foi isso feito nos países que foram destruídos pela guerra?... Não foram tão radicais à termo de formarem escolas igualitárias, mas tiveram a coragem de investir fortemente em educação, e assumir que essa seria a melhor forma de reconstrução dos seus países, educando seu povo e ensinando-os a trabalhar com seriedade e consciência, participando assim efetivamente da reconstrução de pátrias semi-destruídas.
SOARES.

domingo, 24 de agosto de 2008

Reeducar-se... Permita-se


No começo do ano letivo, apresentei ao Colégio Luiz Eduardo Magalhães, o projeto do “Tira Dúvidas”, que tratava do desenvolvimento de aulas de reforço em Física, Matemática e Química, aos sábados à tarde, aos alunos do EJA- Educação de Jovens e Adultos, que cursam o ultimo ano do ensino médio. Aceito o projeto, e com o desenvolvimento das aulas, fomos convidados a substituir também os professores que faltassem durante a semana, e passei a ministrar aulas de física na escola, a noite, aos mesmos alunos que faziam parte do projeto. Com o decorrer das aulas, passei a observação de processos cognitivos do ensino-aprendizagem, tendo em vista o baixíssimo rendimento dos alunos e o alto grau de dificuldade em relação ao entendimento de assuntos simples, que deveriam ser já dominados pelos alunos para que passássemos ao desenvolvimento de exercícios de dificuldade mediana, que fazem parte do currículo das matérias proposto para o terceiro ano.
Tivemos que retroceder nos assuntos, e passamos ao ensino do básico dessas matérias, para que fosse propiciado o entendimento mínimo dos exercícios propostos em sala, e para minha surpresa, passaram os alunos a acompanharam com mais desenvoltura e facilidade os exercícios e o avanço foi evidente, e evidenciou-se não tratar-se de desinteresse do corpo discente o baixo aproveitamento. Passei então a pesquisa em busca das razões que propiciavam esse baixo aproveitamento, e entendi tratar-se de desinteresse do corpo docente em tornar as aulas interativas e interessantes, os moldes do ensinamento da matéria física, por exemplo, estão centrados em métodos antigos, e não despertam a curiosidade e interesse dos alunos em entenderem como se chega a uma conclusão. Em conversa com um aluno, o mesmo contou que o professor da matéria comentara com os mesmos que: “Vocês só estão aqui pra terminar o segundo grau, pois só estão atrás de um diploma”. É estarrecedor como a falta de discernimento de alguns docentes propiciam o desinteresse dos alunos e plantem o comodismo, passam desiludir e quebrar sonhos possíveis, como se sentissem prazer em quebrar os encantos e isso os deixam menos responsáveis e mascaram o fracasso dos mesmos como educadores. Métodos também se tornam arcaicos. A velocidade como as tecnologias tomam posse do âmbito educativo, faz-se extremamente necessária a atualização constante dos professores em relação ao método de ensino. O assunto é o mesmo, a forma como ele é posto, não. Todos têm acesso a métodos cognitivos de desenvolvimento, e espera-se isso também em sala de aula, e se espera isso do professor. Como se explicar aos olhos do leigo a desinformação dos educadores?...Espera-se, quando se adentra a uma sala da aula para se ser instruído, que aí se encontre o melhor e o que há de mais moderno em matéria de educação, e isso muitos educadores ainda não entenderam.
Quando passei a trazer uma metodologia diferente de ensino, onde todos participavam, e foram buscar na internet novidades educativas, o interesse dos alunos foi tamanho que, como os horários são duas aulas seqüentes, não percebíamos o termino das mesmas, e alunos que eram dispersos, ou que saiam da sala quando a aula começava, passaram a ser os maiores participantes, e por vezes, concluíamos as duas aulas com sala completa e entravamos no intervalo maior e não percebíamos, e quando percebíamos ainda ficávamos até o término do exercício que estávamos a executar.
“Quando jovem, não me recordo de estudar física assim, decorávamos as matérias e formulas, e não sabíamos para que servisse aquele aprendizado, não conseguíamos fazer a relação com a vida, nem com a preposição a que se destinava tal aprendizado”. Para desenvolver as aulas pesquisei e estudei muito, principalmente no site www.sofisica.com.br, onde tive a felicidade de entender novas formas de ensino e formas mais interativas de tornar a aula mais interessante, passando a despertar o interesse dos jovens. Passei a dar aulas sempre com a sala cheia, e isso causou uma atitude inesperada aos olhos dos professores, enquanto o diretor elogiava a forma como eram conduzidas as aulas, senti cada vez mais no corpo docente um aumento do distanciamento, e uma certa frieza no trato. Certa feita o líder da sala 3, entrou na sala dos professores e se derramou em elogios a aula que acabara de ministrar, e aí , deixou claro a intenção dos alunos de assinarem uma relação onde preiteavam que eu substituísse o professor da matéria em definitivo, e foi um vexame. No dia seguinte, nenhum dos professores olhava para mim, e fiquei incomodado, não comigo, gosto de desafios, mas com o que pudesse advir de tal situação, e me afastai das aulas. Ainda não é tempo de comprar essa briga, mas ficou evidente que a maior causa de desinteresse na escola, está na falta de boa vontade de muitos educadores em reeducar-se. O governo tem feito sua parte dentro do possível, disponibilizando cursos de extensão e capacitação, e muitas vezes não se conseguem formar turmas devido o desinteresse dos docentes em reeducarem-se. Tenho tentado passar aos colegas que esses cursos de capacitação, deveriam acontecer dentro da escola e dentro dos horários de atuação dos docentes, para que passem a ser exigidos e tornem-se presenciais. Interação e conectividade com as TICs não se aprende no bar da esquina, e sim no contato direto e com instrutores capacitados, contando ainda com o interesse de quem aprende, que é o ponto referencial para que aconteça a produção do conhecimento. Gostaria que esses educadores tivessem a oportunidade de dar aula com uma sala cheia, e sentir que os alunos não querem sair antes de terminarem suas tarefas ou de entenderem o que está proposto, o coração da gente se enche de orgulho, e sentimos a satisfação de estar fazendo algo bom. O que não entendo, é que senti essa satisfação e estava dando aulas gratuitas, sem remuneração, apenas como objeto da minha pesquisa, como podem os professores não sentirem prazer em ensinar?...Se ganha pouco, é estafante, tem-se muita dificuldade... Más o prazer em se ver uma sala toda voltada a procurar entender o que se propõe, e você sendo o mediador dessa interação, não tem remuneração que pague.
Acho que não serei professor, tenho direcionado meus estudos pedagógicos à pesquisa no âmbito educativo, mas isso não tira o encanto de saber o que senti, ao ver nos olhos dos alunos o interesse coletivo em resolver problemas de Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, e elogiarem a si mesmos quando chegam ao resultado e entenderam as preposições das resoluções. Fiquei orgulhoso de mim. A gente sente que é possível se fazer alguma coisa para se mudar o social e o caos que se vive, e que não se conseguirá isso se não por educação. Sinto hoje que muitos jovens estão abertos ao entendimento e estudo, só que temos que nos tornar interessantes, e fazer-mos com que os assuntos também se tornem interessantes, para que mos atraias a atenção e admiração dos jovens, e que esses passem a sentir a verdadeira necessidade que se tem hoje no quadro caótico que se encontra a sociedade em bem educarem-se, e cooperarem para a mudança que tanto se anseia.

domingo, 27 de julho de 2008

UNIVERSIDADE, SALA DE AULA... FAÇA O QUE SE PEDE.

UNIVERSIDADE, SALA DE AULA... FAÇA O QUE SE PEDE.


Fazer universidade aos 47 anos, é um privilégio para poucos, ainda mais quando se é de uma classe menos favorecida. Nesse texto, tento de forma simples colocar em debate meus conflitos, alegrias a decepções, que afloram nos meus dias de estudante, a partir da vivencia com o âmbito educativo. Quando eu via nos programas que tinha acesso, a desenvoltura dos embates discursivos de alunos universitários em espaços acadêmicos, que acontecia em programas da mídia, eu sonhava em poder aprender e ter a liberdade de construir conhecimento. Achava eu nesse tempo, que os espaços universitários, eram acima de tudo, lugares que geravam muita controvérsia e propiciavam a discussão, e assim se passava então a produção do conhecimento puro e novo, com o intuito de colocar em cheque o que esta posto em todos os espaços de desenvolvimento humano, visando o melhoramento do quadro social caótico que a humanidade se encontra.
O conflitante é se ter a constatação que isso não ocorre, que mesmo dentro de um espaço de construção do pensamento e desenvolvimento de inteligências que visem melhorar o quadro melodramático que se encontram os povos, não encontramos a tão sonhada liberdade de construção. Muitas vezes, esse cerceamento da liberdade de produção individual, é mantida pela covardia dos próprios estudantes, que vêm na aquisição de um certificado (diploma) universitário, a possibilidade de ascensão social, de ganho de capital, e por covardia, ou necessidades, deixam de produzir, deixam de pensar, deixam do construir a tão sonhada critica social que a humanidade tão anseia. Vejamos, se o fazem, a internalizam, e assim sendo, que bem pode advir essa atitude ao social?... Não se permite na academia a crítica as instituições que atuam na cidade. Não se critica o fato dessas instituições fecharem suas portas às visitações dos alunos das Universidades Públicas, e não o fazerem aos alunos das escolas particulares. O incompreensível, é que não se permite a crítica, a instituição que passa a ser discutida, fecha o acesso aos estudantes, aos cientistas que somos quanto estudantes. Se o que fazem está extremamente certo, a atende fidedignamente aos anseios e necessidades da comunidade onde atuam, porque se fecham a critica?... o que se faz não está totalmente isento de anexação, e a criticidade feita em sala de aula, vem com a intencionalidade de produção de conhecimento novo. “Quando discuto que o método aplicado por determinada escola no meu entender está ultrapassado, não estou dizendo que a escola é ruim ou que está agindo de forma errada, e sim, que, dada a velocidade do desenvolvimento, a todo instante se produz conhecimento novo, e uma metodologia que a pouco era tida como excelente, passa a defasagem por aparecerem novas necessidades no educativo, e que a busca pela perfeição deve ser eterna, o educador deve ser um eterno aprendiz, um eterno pesquisador das possibilidades educacionais, tanto em relação as melhorias, ao currículo, ao método, ao sistema, a matéria, a tudo”. A escola, vive do possível, e faz o possível, e muitas atendem dentro do possível o que se propõe. Mas a escola vive do que chega a sua disposição. Mesmo aquelas que são exemplos de atuação e organização, têm deficiências, e deveriam sim ser totalmente abertas aos estudantes e suas críticas, deveriam ser propiciados estágios e produções individuais dos estudantes com relação a sua percepção em decorrência dos estágios, e após, serem discutidas essas percepções e sugestões em reuniões organizadas pela própria escola e a comunidade a qual se encontram inseridas, aí sim, estaríamos produzindo conhecimento e levando-o ao propiciamento do desenvolvimento humano. O que se vê, é muito diferente. Fecha-se a escola à crítica, a acovardam-se os universitários, por acharem que fecham-se assim os estágios a as possibilidades de emprego. Pensei em desistir do curso de pedagogia, pois direciono os estudos ao campo da pesquisa educativa e das novas tecnologias na educação, e essa impossibilidade de acesso ou de expressão, tira a essência a que me proponho. Essa busca causou uma antipatia com os colegas de sala, e às vezes é insuportável a convivência, não entendo o pôr que de se inflamar essas diferenças e leva-las para o individual. Numa classe com 46 estudantes de pedagogia, é de se esperar que aflorem diferenças gritantes, ainda mais quando se sabe que cada indivíduo vem em busca na universidade dos seus interesses, e segundo minha percepção, a maioria, busca mesmo crescimento individual que propiciem o desenvolvimento do capital e orgulho, o crescimento que lhes propiciem posição e ascensão social, prestígio em detrimento da possibilidade de melhoria no social.
A Universidade, por sua vez, age, de forma a coibir as liberdades individuais no que diz respeito a produção cognitiva do conhecimento ou a busca do novo. Os estudantes são bombardeados com informações filosóficas, sociológicas, educativas, mas penso as vezes, que esperam que produzamos e passemos a expressar o pensamento puro, aquele que vem de dentro do sujeito, quando não mais se sentirem responsáveis pela produção, pela escrita, pela fala dos alunos. Nunca assisti ou presenciei a explanação de uma idéia que não fosse direcionada ou podada, enquadrada no eixo daquilo a que a aula esta proposta. ”Zuenir Ventura disse em entrevista a Serginho Groisman, no programa ‘altas horas’, que viveu passeatas, foi as ruas, brigou, mas que essa vivencia deve servir de exemplificação e não para copismo atitudacional”... eram outros tempos, devemos estudar tudo o que chegar a nossa mão, para termos um entendimento coerente às necessidades das pessoas e comunidades, e não nos acometermos dos mesmos erros do passado. Não é sem conhecimento de causa que o Senador Cristovan Buarque profere que a falência do Socialismo deveu-se ao descaso do sistema à importância da industrialização, bem como o descrédito do capitalismo, deve-se ao propiciamento da ganância, e propõe hoje, a fundamentação das soluções sociais centradas no Educacionismo. Todos os grandes homens, foram gênios no seu tempo, e é isso que devemos admirar e aprender, e não trazermos e mantermos atitudes que foram soluções ou que foram revolucionárias à sua época, a serem postas nos nossos dias. Diuturnamente vemos alunos pensantes que se sentem tristes e solitários, pois não encontram apoio na sua busca, e então o caminho do aprendizado torna-se árduo e difícil. O isolamento dentro do espaço educativo, descentra o pensamento e o aluno produtor do conhecimento volta-se aos cuidados em não adquirir inimizades, em cuidar a não sair da linha de pensamento do professor, pois isso profere na inquietação e no descaso, e muitas vezes quando tenta participar da aula, geralmente torna-se pessoa não grata. Na ultima demanda na sala, o mesmo aluno que levou para fora dos muros da universidade, a discussão que fora desencadeada por mim, a respeito da impossibilidade da escola fazer mais pelos alunos (e isso aconteceu porque deixei escapar na fala o nome de uma escola municipal na qual o aluno trabalha), esse mesmo aluno, falou também, que a maior instituição filantrópica do nosso município “é uma escola seletiva, excludente, e que não propicia o ingresso ou permanência do aluno pobre”...ora...você esta certo, e foi após essa critica e discussão, que ousei criticar a impossibilidade da escola municipal fazer mas pelos seus alunos. Só que não pensei na possibilidade de estar fechando portas aos universitários, pensei discutirmos em busca de entendimentos e soluções a problemas que, mesmo a melhor escola de nível estadual ou municipal da nossa microrregião, sofrem, mesmo quando dão o melhor, ainda perduram na falta de capacitação e problemas correlativos. Um exemplo disso, é a diferença de salário que são pagos pelo Município aos professores, quando comparados com o município vizinho de Jacobina, que paga a seus professores R$850,00 (oitocentos e cinqüenta reais) mensais, contra os R$420,00 (quatrocentos e vinte reais) pagos pelo nosso município, e ainda tem o problema dos professores contratados, que recebem esse salário descontados de R$50,00, a titulo não sei de que, sendo que eles não têm direito a nada, a nada que se refere a leis trabalhistas. Aí vem novamente a evidência a fala do Senador Cristovan Buarque, quando defende a federatividade da escola, para que esses desmandos administrativos não ocorram. Problemas como esse, deveriam ser debatidos pelos estudantes de pedagogia, a causa, as preposições, conseqüências no educativo, no social, etc...Não se discute por exemplo: que tipo de escola está sendo oferecida às crianças da Vila Feliz?...sabem pelo menos responder se lá tem escola?...claro que não sabem. Há quatro anos passados morei na cidade de Canarana, e trabalhei muito quando no lançamento da candidatura do atual Prefeito daquela Cidade, foram proferidas muitas promessas com relação à educação, inclusive com relação ao curso de extensão da UNEB naquela Cidade, o que não aconteceu, porque isso não ocorreu?...Hoje em conversas com alunos de outras escolas daquela cidade ouço criticas e referencias a atitudes e desmandos. Deveríamos discutir isso em sala, pesquisar, deveríamos levantar na internet os valores enviados pelo governo aos municípios de nossa região para educação, e compararmos com o que se gasta em educação. Garanto que isso causaria horrores. O que sinto é que esses problemas de ordem social, não têm respaldo dentro da academia nem do corpo discente. Ninguém se preocupa com o que está sendo feito...ninguém faz nada, nem se discute nada. Eu pesquiso pouco, não tenho tanto tempo assim, mas o pouco que pesquiso, é de causar horrores e náuseas. As autoridades se quisessem, poderiam também pesquisar e tomar providências. O que me preocupa, é que os estudantes de pedagogia, que deveriam preocupar-se com o que acontece, correlacionando com a conseqüências disso no educativo, não o fazem. Se não querem se envolver no questionamento político, que pelo menos o façam junto as comunidades. Que sejam visitadas associações de bairros, vilas, roças...que nos mostrem a realidade que devemos combater e tentar mudar. Existem monitorias em projetos onde se atende telefones, arquivam-se papeis, mas não existem monitorias de visitação a esses espaços comunitários, para levantamento de dados que propiciem o desenvolvimento ou melhorias nessas comunidades. A partir de agora, vou passar a produzir vídeos para mostrar esses desmazelos. O lema é o seguinte: “Se a escola não tem estrutura para nos mostrar o lado obscuro da educação, vou tentar traze-lo à escola”.
Sinto uma aflição muito grande, quando olho para minhas netas, e vejo que as pessoas que vão cuidar da educação das mesmas, são colegas como os meus. Percebo que se não houver um conclame à pedagogia qualitativa, que pense realmente na formação de pessoas melhores, não vou alcançar as mudanças sociais sonhadas por todos, e vejo que isso somente acontecerá, talvez, numa geração que ainda não nasceu. Existem muitas escolas no nosso município, mas somente três escolas municipais estão abertas ao estudo pedagógico e à visitação dos estudantes...Porque?

Etemicio Lídio Soares

terça-feira, 29 de abril de 2008

Meu País

Fico pensando as vezes como alguns brasileiros se permitem não amar nossa terra, nosso lar. As situações nos pregam peças inimagináveis, e viajamos no pensamento sobre disparidades correlacionadas e idéias vagas e inócuas com relação as coisas postas e oportunidades únicas que vivemos e não sentimos, não damos valor, pois estão à nossa porta a todo instante, a nossa mesa, fazem parte do nosso cotidiano. Tenho sempre a oportunidade de conversar com um Francês, Stephan Bartinelli, acho que é assim que se escreve seu nome, e sempre me surpreendo com as coisas que Ele conta da sua terra natal, principalmente quando passa a comparação com as coisas que temos aqui. Como se pode achar maravilhoso um País onde tudo se vende aos pedaços, onde um banho não passa nunca dos três minutos, onde a população esta morrendo de câncer?...e olha que é proibido falar nesse ultimo item.
Segundo o mesmo, na França não se conhece uma mortadela inteira, não se compra uma melancia, não compram verduras como compramos. Os supermercados são diferentes dos que estamos acostumados, e tudo é vendido aos pedaços. Outra coisa é a falta de variedade, a maioria do que temos lá não existe, e o que Eles tem, são poucas as variedades. E não se tem a oportunidade de diversificação, e isso não acontece só com os gêneros alimentícios, exemplo?
A água. Lá não existe banho como tomamos, entra-se no chuveiro e abri-se a torneira um minuto para se molhar, e fecha-se. Toda a higiene é feita com a água desligada, liga-se cerca de dois minutos apenas para se enxaguar. –“ Sabe esse negocio de você ver crianças tomando banho em hidrantes estourados?...é mentira, pois a água dos hidrantes já é reaproveitada três vezes, e não tem como se tomar banho com ela”. Não se lava janelas, carros, casa, a roupa tem a água certa para lavar e a ultima água tem que ser quente para poder desinfetar. A pia da cozinha tem divisões e somente na ultima se usa água para enxágüe. “Eu só conheci um queijo inteiro aqui no Brasil”. “Quando vou ao supermercado, fico louco com a quantidade de folhas que vocês tem a disposição, com a quantidade de verduras e carnes, cereais, peixes, mas gosto mesmo é de feijão com arroz e bife ou ovo”. “ Na minha terra água de beber e cozinhar só de garrafa”.
Discutíamos isso no MSN, mas o que mais me chamou a atenção foi quando falamos sobre a doença que assola a Europa nos nossos dias. Um dia desses assistindo ao programa da Ana Maria Braga, vi e ouvi a declaração de uma diarista brasileira que trabalha na França seis meses por ano, e a mesma declarou que das 90 casas que prestara serviço, em quase todas tinha um cancerígeno de alguma espécie, e isso confirmei com Stephan, o que realmente se declara é que a Europa está morrendo de câncer.
Meu País não é assim, e isso Stephan faz questão de me mostrar. O meu País é vasto, rico, fraterno e esnobe. Aqui tudo funciona na base do oito ou oitenta. Ficamos reféns do gás Boliviano até a hora que nosso pequeno vizinho passou a nos afrontar, sem entender que passar a exploração do seu gás, foi uma forma de ajudar ao desenvolvimento do seu País. Agora vem nosso sócio em Itaipú querendo levar vantagem também com relação à distribuição e venda da energia produzida, sem entender que nosso País é auto suficiente em energia elétrica, e que mesmo correndo o risco de apagões, podemos construir várias outras hidrelétricas num curto espaço de tempo. Nesse momento, técnicos, cientistas, sociólogos, economistas, etc., estão a bombardear a idéia do nosso governo de divulgação do combustível derivado do vegetal, tentando associar a sua produção a fome mundial. Tentam desacreditar meu País no mercado internacional. Não entendem que usamos apenas 4% da terra produtiva para produção da cana de açúcar, e outros 17% para produção dos demais produtos agrícolas. Se contradizem...sempre falaram na possibilidade de uso de outro combustível, como forma de diminuição de emissão de poluentes, e esquecem que nosso álcool polui apenas 10% do que polui os derivados do petróleo. O meu País é o maior produtor de frango, carne bovina, suína, soja, açúcar, álcool combustível, cachaça, cerveja, minerais brutos e preciosos, armas leves, tanques de guerra, farinha de mandioca, rapadura, melaço, etc....Tem as mais lindas e quentes praias do mundo, as mais lindas mulheres, exporta cientistas e tecnologias, tem o controle atômico, produz urânio, e é dono de 70% da água potável do mundo.
Sinto orgulho em fazer parte de um País agrícola, que sabemos que dentro de pouco tempo será o maior abastecedor de alimentos do mundo, que está agora se tornando o maior detentor de energia renovável do mundo. Os olhos dos outros continentes já voltados as nossas riquezas, quer agrícolas, quer minerais (reservas), estão agora preocupados com um gigante que desponta no horizonte com possibilidade real de mudar a forma de abastecimento em se tratando de combustíveis, e isso os está deixando preocupados, pois por vezes tentaram, mas nunca conseguiram com tamanho sucesso o que nosso País, desacreditado pelos próprios brasileiros, conseguiu.
Acho que está na hora do nosso País passar a socializar internamente a possibilidade de crescimento, e passar a investir mais no social, propiciando melhorias reais ao seu povo, e não aumentando em míseros R$40,00 (quarenta reais) o salário mínimo, e deixar que um quilo de feijão passe de R$1,10 (hum real e dez centavos) para R$4,00 (quatro reais), produtos que fazem parte da cesta básica chegaram a triplicar de preço, houveram aumentos desordenados nos remédios, vestiário, bens de serviços... e isso é que não entendo. Stephan acha nosso País maravilhoso, que vivemos não como seus patrícios nos chamam, “porcos sem educação”, e sim que vivemos acompanhados da fartura, temos tudo em sobra e não nos preocupamos com as coisas porque elas não nos faltam. Segundo ele aqui não existe fome nem miséria de verdade, existem miseráveis, ou seja, pessoas improdutivas postas pelo social, pelo descaso, pela falta de oportunidade. Uma vez discutimos porque ele não entendeu como vivemos em minha casa com R$1.500,00 ( hum mil e quinhentos reais), que é o que conseguimos como renda familiar, para Ele isso é impossível, isso nunca poderia acontecer na Europa. Vivemos com pouco sim, mas comemos carne, frutas e verduras todos os dias, e ainda sobra o da cachaça de fim de semana, o que chateia é a falta de perspectiva, e é aí que entra a UNEB, com a possibilidade palpável e visionaria de projeção futura, duma melhoria, e não pensem que vou mudar meu padrão de vida, pretendo sim, pescar mais, viajar mais, aproveitar mais tudo de bom que mau País tem a me oferecer.
Soares.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Choque de Gerações

Choque de gerações.
É conflitante o encontro de pessoas de outras gerações, quando se busca um objetivo comum. Convenhamos que as idéias e anseios são demasiadamente diferentes, e a maneira como se digerem a oportunidade de conhecer, coloca frente a frente várias formas de absorção do que é transmitido, e ainda maiores são as divergências quanto ao entendimento e desenvolvimento de pensamento. Hoje aos 47 anos, freqüento uma sala de aula onde 95% são jovens entre 18 e 25 anos. Aos jovens, percebe-se a paciência e plano delineado de conseguir o tão sonhado diploma universitário, entretanto, os mais maduros, vêem a oportunidade de navegar por caminhos desconhecidos. A fome do saber, torna-me "um chato". Não tive a oportunidade de estudar quando jovem, então, não permito que oportunidades sejam desperdiçadas e pergunto demais ao professor. Quando estou só, pesquiso e leio muito o assunto que fora posto em pauta na aula, e posteriormente, quero sanar dúvidas. Acho que a matéria vai além do esperado. Sinto que estou acometendo ou fomentando a exclusão, causando assim uma grande dificuldade de sociabilidade.
Acham-me jurássico. As vezes sou mal interpretado na forma de falar ou condusir um debate. Será que as desigualdades são absurdas ao ponto de tornar-me ignorante?. Tenho pensado em como poderia modificar minhas atitudes afim de proporcionar a reconciliação. Sentir-se jovem, não quer diser ser aceito. A maneira como expresso meus pensamentos, as vezes ferem a individualidade dos jovens, mas não é proposital, é realmente a forma como vi e viajei dentro da interpretação do tema proposto ou da pesquisa. Outras, não entendo a forma como "eles" ( os jovens ) compreendem um estudo. Ponho-me a pensar como eram mais rígidas as normas e formas de pensamento na minha juventude. Quando discutimos questões relacionadas à moralidade do cidadão, percebo quanto se perdeu ao longo do tempo os valores sociais e a excelência quanto ao comportamento. Fico feliz em perceber que não se repassa mais conhecimento e sim atiça-se a curiosidade estimulando a pesquisa e pensamento individual. É bonito o esforço dos professores em formar o homem consciente, pensante e reflexivo, espero que ao menos alguns dos jovens colegas sejam despertados com interesse pelo social, pelo jovem, pela sociedade, pela educação, que conseguiram despertar no meu intimo.
Existe muita demagogia em sala, e fica evidente a tentativa de manipulação imposta por alguns individo-os. Os jovens se deixam levar, eles não percebem a manobra. Fico analisando e pensando no meu povo quanto massa. Proporcionalmente, vejo o que acontece com meu País, e não sinto mudança a curto prazo. O jovem entende e vê a mensagem de um texto, mas não tem coragem de implementação. A pouco, tivemos a luta pelas diretas, e a deposição de Collor, com uma representatividade ferrenha dos jovens em todos os Estados da Federação e instituições a que tiveram acesso, um exemplo de força e poder. Hoje, o nosso País mergulhou na lama da corrupção e vergonha de forma irremediável, incorrigível...não vejo a força dos jovens, não se escuta o eco dos ideais, acovardaram-se. Sinto a presença desse medo da fala e do grito no meu País, sinto isso nos meus amigos de sala. Fala-se muito em filosofia, mas não se fala em filosofia política, em moralidade. Acho que esta imbuído na consciência do jovem brasileiro, a tristeza, a vergonha, a covardia e falta de iniciativa.
Hoje pensei em escrever sobre um problema de sociabilidade... falei de política.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Intencionalidade

Ao observar colocação dos jovens em relação as atitudes dos mesmos dentro do âmbito acadêmico, decorrente da colocação dos mesmos devido às oportunidades que lhes são oferecidadas dentro da univérsidade ou fora dela, em decorrência da sua formação quanto aluno, percebemos que na maioria das vezes, não encontramos o sujeito desenvolvendo atividades ou direcionando sua formação, dentro de linhas de desenvolvimento que combinem com suas aptidões.
Ocorre que vemos alunos dos semestres mais adiantados, que procuram passar a ideia de serem seguidores de determinadas correntes, mas nas suas atitudes, usam as idéias e usufruem das oportunidades decorrentes dos frutos colhidos em função daquilo que fazem-se parecer, e não entendo como os provedores dessas oportunidades não percebem o engodo, em produzirem direcionamentos e atitudes que sempre propiciem o desenvolvimento e o bem próprio. Vejamos então:...Existe uma corrente maxista, evidenciada, forte, e que está envolvida na maioria dos acontecimentos, eventos, estudos, etc., que ocorrem no nosso meio (citando a UNEB-Irecê), mas que na verdade, são jovens que não desenvolvem ou poem em prática o que prega o maxismo em relação ao social, e sim, apropiam-se das oportunidades em usufruto pessoal. Já em algumas ocasiões tive a oportunidade de presenciar ou mesmo descutir com esse jovens, atitudes dos mesmos que não são condecendentes nem mesmo com os principios normais da moralidade, e comparei a forma de condução e direcionamento, bem como a maneira como tentam iludir os demais, quando tentam fazerem-se passar por bem intencionados, aos nossos políticos de esquerda, que em nada diferem dos demais políticos, e que sempre são pegos com a mão na butija. Ou então, devo eu estar enganado na minha interpretação, e essa maneira vil e futil, é a verdadeira aptidão desses jovens. Percebe-se uma conduta nada normal na forma como são conduzidas e destribuidas essas manifestações correligionárias, onde tenta-se demostrar aos colegas, a força e forma como são entranhados e conhecedores dos ideais, da formação, da sua colocação quanto maxistas que são, abocanhadores e intrincheiradores das oportunidades. Tentam, dentro da "inocência" por acharem-se capazes de iludirem aos colegas, se passar por formadores de corrente ideologica, e em nome dessa ideologia, esquecem dos preceitos de moral excelente às boas maneiras.
O que então têm esses jovens a oferecer quanto educadores. A minha universidade está posta à formação de educadores dentro do meu social. Essa forma de condução evidenciada ja dentro da escola, é a velha forma de alienação, onde alguns acham-se mais espertos que os demais. Existem os bons professores...Existem os professores exemplos. Existem aqueles que conseguem passar ainda, ao discente, uma forma de educar com amor e gosto pelo que fazem. Quando temos a oportunidade de encontrar em sala um desses educadores, torna-se mais fácil a produção intelectual, a interpretação e a leitura flui com naturalidade, e mesmo quando o texto não é atraente, passa-se a amar estudar. Bem...não devo aqui achar que não há espaço para determinado tipo de formação. Tem-se mesmo que formar todos os tipos de profissionais, para que existam pontos de exeemplificação daquilo que não se deve seguir quanto educadores. Ainda não pensei dentro da Pedagogia, o que realmente pretendo fazer para ganhar dinheiro, assim como vejo meus colegas maxistas, que sempre estão correndo atrás do capital. Amo pedagogia, por perceber que educação é a única forma de propiciar mudanças sociais no meu País. Ultimamente, tenho olhado com carinho a inserção das novas tecnologias no âmbito educacional, por entender que isso propicia ao jovem acesso irrestrito à informação. O jovem hoje tem um poder de receptividade incrivel, e sem descreditar o ensino tradicional, não há como o simples ato de ler, acompanhar a velocidade do pensamento, e ao meu ver, dentro de pouco tempo, aprender-se-a tão veloz quanto se pensa. Já há educadores mais radicais que não vêm a utilidade de tantas leituras e entendimentos, onde discordo, pois não vêm relacionalidade com o cotidiano na atual conjuntura social.
Ficaria mais feliz, se percebesse os jovens procurando desenvolver seu potencial aptidacional, pois assim , acho que, poderiam no futuro, quanto educadores ou pesquisadores produzir conhecimentos uteis, e essa produção, por se tornarem bons, propicie se colher bons frutos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O que tem o jovem de tão Importante...

Na academia presenciamos constantemente o dilema do jovem em relação ao direcionamento do seu estudo, principalmente quando está inserido dentro de matérias relacionadas à educação. Sentimos que os professores, dentro das suas respectivas correntes de raciocínio e métodos educacionais, procuram aliciar para suas aréas de pesquisa, aqueles que segundo suas observações, se identificam com sua linha de estudo pedagógico. O que Eles não entendem, é que, nem sempre suas observações estão compatíveis com as expectativas do jovem estudante, e que a partir do momento do primeiro contado, as vezes, passam a colocar em cheque as ideias e o pensamento produtivo do jovem estudante, pois esse passa a duvidar daquilo que sua mente produz quanto jovem académico (levando-se em consideração que, a partir do momento do ingresso na academia o jovem é um académico). A insegurança causada pela mudança de pensamento ocorrida no decorrer dos semestres, a incerteza e quebra de dogmas que se trás desde a juventude, devido a formação diferenciada do que se encontra dentro das universidades, ( digo isso por sentir na pele essa desdogmatização, quando mantive contato com Gadotti, Arruda, Paulo freire, Etc.), evidencia esses dilemas, e as vezes os jovens passam a viver em decorrência dessas correntes que se entranham em seus ideais de formação e produtividade, passando a esquecer-se do que é realmente importante, que é a produção individual, a produção do estudante, a floração e desabrochar de novos e diferentes pensamentos, que mostrem novos caminhos e novas possibilidades.
As vezes na sala de aula, fico a observar o desenrolar de discussões a respeito de temas polémicos relacionados à educação, e sinto que alguns jovens,se prendem a ideias que não são suas, ideias que as vezes, a poucos dias ou mesmo na ultima aula da matéria em discussão, foram implantadas ou ditas pelo professor, ou mesmo fora sugerida uma leitura, e o jovem passa a defender a ideia como se fosse sua, e passa a abertamente defender e sugerir linha de pensamentos e direcionamentos educacionais ou de formação de educadores já pré discutidas, e deixam de lado a linha de reflexão pessoal. O que acontece é que não sentimos dentro da discussão a presença da ideia pessoal do jovem, e mesmo os mais velhos, que já tem opinião mais firme, se sentem coagidos e podados em relação a produção do pensamento pedagógico, o pensamento produtivo, o pensamento que realmente interessa do ponto de vista educacional.
Não estou opinando ou discutindo o certo ou errado do que acontece em sala de aula, ou na formação do pensamento pedagógico do jovem estudante. Estou postando uma opinião dentro daquilo que vejo acontecer, segundo minhas observações. Outro dia, em um seminário que acontecia em nossa cidade relacionado às novas tecnologias dentro do âmbito educacional, quando dirigi a pergunta ao palestrante, Professor Marco Silva http://videolog.uol.com.br/marcoparangole, sobre o porque do não aproveitamento dos jogo para computador, educacionais, como Age Impires, Civilization, Joana D'Arque, etc., entre outros, para se evitar a evasão escolar, percebi em relação ao auditório que, sem medo de errar, 100% dos presentes não sabiam do que estava sendo posto na discussão, e olha que se tratava de um seminário para professores e universitários. O que acontece é que, quando me desloco da minha residência ao prédio onde funciona a UNEB, vejo nas Lans que existem no trajeto, jovens uniformizados que deveriam estar em sala de aula, lotando estes estabelecimentos a procura do atual, a procura da net, a procura dos jogos, a procura da novidade e do que atrai, e que não é oferecida nas escolas da rede pública. O que tentei jogar na discussão, estava relacionado a possibilidade de se trazer à escola o que o jovem acha fora dela, dentro de limites educacionais cabíveis. O professor deveria se permitir mais e mais profundamente, conhecer e estender seus conhecimentos em relação às novas tecnologias dentro do âmbito educacional. Não tem como haver um retrocesso em relação às novas tecnologias. O futuro educacional está diretamente ligado ao desenvolvimento de métodos que integrem tecnologias novas e sala de aula. Fiquei faliz quando o professor Marco colocou que o ensino online tem características diferentes do ensino a distância, pois um chat com um numero de alunos correspondente a uma sala de aula, possibilita a discussão e desenvolvimento de temas, onde se propicia a produção do pensamento do aluno e professor gerando a intercambialidade e intercomunicabilidade.
Acho que num periódo curto de tempo, apesar da resistência, veremos uma mudança radical no método de ensino, e vejo isso com olhos esperançosos e certos que, com o acesso a um maior numero de informação e a possibilidade de discussão, ao vivo, com pessoas de diferentes regiões, percebendo-se que isso realmente propicia diferentes maneiras de formação e entendimento, a absorção do jovem em referência a temas discutidos, a pesquisas, a estudos e leituras, vão leva-lo a um desabrochar intelectual, onde será valorizado a produção individual do aluno, pois, se não houver uma concientização do educador em relação às novas tecnologias dentro da educação, logo logo, Ele não mais acompanhará a velocidade com que o jovem irá absorver informações e digeri-las.