quarta-feira, 15 de julho de 2009

Então cheguei no momento em que amigos criticavam a importância dada pela midia a morte de Michael Jackson, e pensei, realmente é muito chato o veiculação constante da noticia de sua morte, mas isso não descredencia o merecimento. Artistas, alguns artistas, são predestinados e têm o dom de influenciar.
Na década de sessenta, foi assim com os Beatles, que conseguiram ditar costumes e mudar a atitude de toda uma geração. E hoje, nós os educadores, estudamos a importância pedagogica dessas influências, e das mudanças sociais que foram incrementadas e surgiram nos contextos, quer socias, educativos ou comunitários, e discorremos sobre as importantes reações sociologicas que ergueram-se entre os homens em todo o mundo em decorrencia da arte e atitude da banda.
Elves, Roberto, Senna, Pelé, e muitos outros artistas, dentro das suas respectivas atuações decorrentes de sua arte, influenciaram milhares de jovens, e esses milhares por si, mudaram o modo de agir e construir de suas comunidades, e o conjunto dessas mudanças, puderam ser percebidas nas sociewdades em todo o mundo.
Esses artistas da vida, no meu entender, são muito mais importantes que Marx e muitos outros teóricos que são discutidos dentro das academias, pois, impuseram mudanças mais significativas às sociedades onde conseguiram difundir sua arte. E isso que digo tem lógica, vejam bem; se sair-mos às ruas e perguntarmos com alguns nomes relacionados as pessoas comuns (POIS SEGUNDO MEU COLEGA DE UNIVERSIDADE, MARX É PARA PRIVILEGIADOS) e conste nessa relação, nomes de artistas, esportistas e teoricos, quais desses nomes acha vôcê que os comuns vão relacionar que conhecem? que admiram? que gostariam de seguir suas tendências?...claro que os artistas e esportistas vão ter quase que exclusividade nas escolhas.
Não consigo relacionar mudanças significativas nas sociedades propiciadas pelos textos de Marx, e digo isso, porque em embate com um aluno simpatizante dessa corrente, que não foi por Ele criada, realmente não consegui visualizar ou vislumbrar tais mudanças...o capitalismo está aí, mais dilacerante que numca... as comunidades agem diuturnamente em conformidade com as necessidades decorrentes do processo de evolução da humanidade, das necessidades de subsistência, das necessidades educativas, tão necessárias ao processo de ascender socialmente e financeiramente. Agora, se você me perguntar, que mudanças foram propiciadas pelos artistas relacionados, dentro das conjunturas das sociedades onde conseguiram atuar e expor a lógica e beleza a que se propunham artisticamente, eu não teria como relacioná-las. Assim sendo, merecem a comoção que suas mortes causam nas sociedades onde se fizeram conhecidos, e atuaram. A maioria desses artistas, desenvolvem ou desenvolveram grandes feitos sociais, principalmente, relacionados às ONG's, coisa que as pessoas estudiosas de sistemas políticos, os sinpatizantes de ideologias, não conseguem. Não se envolvem com nada que se prenda a produtividade (trabalho), e preparam-se a vida escolar inteira (universidade), para ocuparem cargos que são oferecidos nesses espaços, sabe como é...Emgraçado...realmente conseguem, duvivam?...Vão nessas "ONG's", aqui em nossa Cidade mesmo e verifiquem quem são as pessoas que trabalham lá.
Sou a favor dos artistas sim senhor!...agora, temos que entender, que existem alguns artistas frustrados, que se apegam tambem a essas ideologias e não crescem, a sendo assim, pouco fazem pelo social. Enrabicham-se a essas pessoas e se apagam...NÂO ENTENDEM QUE LEVAR ENTRETENIMENTO AS PESSOAS E COMUNIDADES, AOS POBRES OU RICOS, AOS SÁBIOS OU SINGELOS, é onde está a consepção do verdadeiro artista, ser do povo, e não de correntes. Vejam onde chegaram Gil e Caetano, suas mensagens estão imbuidas de verdades cotidianas, de políticas cotidianas, de amores, miséria, fome, honra e desonra, tudo cotidianamente falando a linguagem dos sábios, a linguagem do povo.
Um forte exemplo disso, está agora acontecendo com o movimento encabeçado pela Cristiane Torlone, o "AMAZÕNIA PARA SEMPRE", é um movimento grandioso em todos os seus aspectos, que teorico conseguiu até hoje emcabeçar um movimento desses?...
SOARES.

terça-feira, 21 de abril de 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS - Um Entendimento

Após o desenvolvimento de tema para debate sobre Políticas Públicas em sala de aula, foi questionado pela discente, sobre qual o entendimento pessoal ou conhecimento produzido em relação às PP, chegam os alunos em decorrência do debate e exposição dos assuntos que dispúnhamos. Passei então a leituras de trabalhos e pesquisas postas na NET, em busca de informações, para que me propiciasse um entendimento mais esclarecedor com relação às PP, o que despertou em mim a importância da relevante ligação dos fatores e conseqüências sociais decorrentes das ações implementadas por setores responsáveis pela organização e ordenança das PP.
O trabalho do Dr. Klaus Frey, "Políticas Públicas: Um debate cultural e reflexões referentes à prática da analise de Políticas Públicas no Brasil", foi a leitura que despertou o meu interesse em desenvolver essa linha de pensamento. Segundo o autor, carece o individuo tomar posse de alguns conceitos e entender de abordagens da ciência política, para que possa formar uma opinião e passe a perceber a importância, bem como a ter um entendimento acertado acerca do tema. Essas abordagens são as seguintes:
1ª - O questionamento clássico da ciência política, que se refere ao sistema político como tal e pergunta pela ordem política certa ou verdadeira: " O que é um bom governo, e qual é o melhor estado para garantir e proteger a felicidade dos cidadãos ou da sociedade", e essas foram preocupações de Platão e Aristóteles.
2º - O questionamento político propriamente dito, que refere-se à analise das forças cruciais no processo decisório.
3ª - As investigações voltam-se aos resultados que um dado sistema político vem produzindo, e o interesse primordial consiste na avaliação das contribuições que certas estratégias escolhidas pedem trazer para a solução de problemas específicos.
O ultimo dos questionamentos analisa campos específicos de PP como as políticas econômicas, financeiras, tecnológicas, sociais e ambientais. Entretanto, o histerese da análise de PP não se restringe a meramente aumentar o conhecimento sobre planos e projetos desenvolvidos e implementados pelas políticas setoriais. Visando à explanação das "Leis e princípios próprios das políticas especificas, a abordagem da 'policy analyses' pretende analisar a 'inter-relação entre as instituições políticas, o processo político e os conteúdos de política', com o arcabouço de questionamentos 'tradicionais' da ciência política". ( Windhoff - Héritier, 1997,p.7)
Nos EUA, essa vertente de pesquisa começou a se instituir nos anos 50, ao passo que na Europa, particularmente na Alemanha, isso floresce a partir dos anos 70, com a escansão da social democracia, o planejamento e as políticas setoriais foram estendidas significativamente. No Brasil, esses estudos são recentes, e ainda esporádicos, enfatiza-se a análise das estruturas e instituições ou a caracterização dos processos de negociação das Políticas Sociais específicas, e essas foram examinadas com respeito a seus efeitos e esses estudos foram de natureza descritiva, com "graus de complexidade analítica e metodológica bastante distintas", predominando micro-abordagens contextualizadas, porem dissociadas dos macro-processos, ou ainda, restritas a um único 'approach' e limitadas ao tempo. (Perez,1998,p.70) Geralmente tais estudos carecem de embasamento teórico que deve ser considerado um pressuposto para que se possa chegar a maior grau de generalização dos resultados adquiridos.
Deve-se entender alguns conceitos da 'policy analisis' como 'policy', 'politics', 'polity', 'policy network' e 'policy cycle'. os quais são considerados fundamentais, tanto para a compreensão de PP, quanto para estruturação de um processo de pesquisa, que vise estudar o caso.
'Polity' - denomina instituições políticas
'Politics' - denomina processos políticos
'policy' - denomina conteúdos da política
A dimensão institucional "polity', refere-se a ordem do sistema político, delineada pelo sistema jurídico, e a estrutura institucional do sistema político administrativo.
No quadro da dimensão processual 'politics', tem-se em vista o processo político de caráter conflituoso, no que se refere à exposição de objetivos aos conteúdos e às decisões de distribuição.
A dimensão material 'policy', refere-se a conteúdos concretos, isto é, à configuração dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas.
Essas definições são proveitosas na estruturação de projetos de pesquisa, mas na realidade política, essas dimensões se entrelaçam e se influenciam mutuamente. Segundo Schubert, "a ordem política concreta forma o quadro, dentro do qual se efetiva a política material por meio de estratégias políticas de conflito e de consenso" (1991, p.26), dessa maneira, a prática comum do 'policy analyses', se distingue entre variáveis dependentes e interdependentes (NaBnacher,1991,p.218), tendo a finalidade da redução de complexidade, podendo-se mostrar embaraçosa e inadequada para boa parte dos casos empíricos, exemplificado no caso da política ambiental. Então, em cada campo de política, no que diz respeito a criação de hipóteses norteadoras para estudo de casos, não é possível e não se justifica uma dedução meramente "teórica", das variáveis da análise, que devem ser consideradas. São indispensáveis "representações modelares sobre possíveis concatenações explicativas" (Knoepfel, 1987, p.77), que podem ser obtidas por estudos empíricos preliminares em cada campo político.
O exame da vida de certas políticas setoriais, sobretudo de caráter dinâmico e polêmico, não deixa dúvidas referentes à interdependência entre os processos e os resultados das políticas. O incremento da "consciência social", reforça o conflito entre interesses econômicos e sociedade, dimensionando os problemas que tem conduzido à cristalização de constelações de interesses e entraves, que são causados por projetos elaborados pro agentes planejadores, e isso deve ser considerado um processo político, por ser intermediado por estruturas institucionais, que refletem essa gama explicita de interesses, e sem dúvida, ocorre então, a resistência por parte de interesses econômicos afetados, o que representa uma modificação da condição de 'politics'.
Entendo então, e é exemplificado pelos teóricos citados, que a PP deva ser implementada com o intuito de propiciar o desenvolvimento social, visando o bem estar dos cidadãos, e que toda a PP, em detrimento da linha de atuação, têm o mesmo e determinado fim. A forma com que são postas é que privilegiam alguns setores, e isso causa conflitos e desacordos, propiciando o desvio e a corrupção, que consternam e minam os cofres públicos, causam descrédito às instituições e desanimo social, desencorajando o desejo de reação do povo, principalmente quando da eleição dos seus representantes, e deixam à mercê de encantadores políticos o ônus das instituições que gerenciam as verbas e atuam na defesa dos nossos interesses, é uma parcela de "sujeitos" que usam do engodo e engordam suas contas. Sinto que mesmo no âmbito da Universidade, jovens preparam-se para enfileirar essa parcela de sanguessugas, pois atuam proporcionalmente dentro do que lhes é oferecido, de forma idêntica, e invejam condições que pessoas conseguem adquirir por meio ilícito, quando da manipulação de oportunidades e passam a trabalhar com cartas marcadas. As oportunidades surgidas na academia são também exemplificações de PP, visto que deveriam privilegiar a escolha por competência, por virtudes de aptidão e não por afinidades. Poderia ser então que, agindo de forma correta, os projetos passassem a render e desenvolver as aspirações para os quais foram concebidos e financiados, isso visto que essas verbas são de ordem pública e têm sua origem nos impostos pagos pela população, então, essas pesquisas tornam-se pesquisas públicas e deveriam propiciar o desenvolvimento, quaisquer que seja a área de atuação.
Vejo que as PP estão minadas, mas mesmo assim são importantes e indispensáveis, e sem elas, não haveria como se administrar a ordem social, não se poderia cuidar da saúde do cidadão, não se cuidaria da educação, da economia, da ecologia,...da vida. Viver-mos-ia o caos, e talvez, seria impossível a convivência social entre os humanos. Ultimamente o Governo Federal, quando da formalização do Plano Plurianual 2008-2011, no que diz respeito à educação, volta-se à toda força a formar jovens conscientes e honestos, investindo na formação de profissionais par atuarem no ensino básico e fundamental, projetando uma melhoria a ser alcançada dentro de 15 anos. Fica evidenciada a intencionalidade de formarem-se novos cidadãos, estão investindo diretamente na criança, ao que parece, perde-se a fé na honestidade dentro da sociedade que está posta, e o jovem de 18 a 30 anos, é a parcela principal desta sociedade. Onde está então a honestidade?... perdera-se, assim como se perdeu a pureza e a essência...
REFERÊNCIAS:
FREY,Klaus. Políticas Públicas: Um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil.
LEAL, Rogério Gesta. Teoria do Estado: Cidadania e poder político na modernidade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1977.
PLANO PLURIANUAL DO GOVERNO FEDERAL 2008-2011
PEREZ, José Roberto Rus. Avaliação do processo de implementação: algumas questões metodológicas. In Elizabeth Melo Rico (org):Avaliação de politicas públicas sociais: Uma questão em debate: São Paulo: Cortez. 1998,p.65-73

domingo, 8 de março de 2009

A QUEM PERTENCE E A QUE SE DESTINA A UNIVERSIDADE PÚBLICA.

Esse texto tem o objetivo de fomentar a discussão sobre sentimentos pertinentes e impertinentes, que assolam e deturpam as interpretações de jovens e famílias, quando vêm a possibilidade do acesso ao ensino superior por seus membros, através do acesso à escola de ensino superior, pública.

Vejamos: entendamos que “escola pública”, é construída, mantida, e funciona em todas as suas instâncias, com verba que advém do pagamento dos impostos pela sociedade. Então, quando uma família, por competência de um de seus membros, é agraciada com o contato com a universidade pública, por um de seus membros, espera essa família que nesse espaço educativo, se encontre o que há de melhor em educabilidade, e que se aflorem sonhos e possibilidades antes inacessíveis. Não é o que ocorre.

Ao manter o primeiro contato com a universidade, o educando fica embriagado e em êxtase com a possibilidade. Passa a tomar posse e contato, bem como à produção de conhecimentos novos, que o encanta, e afloram possibilidades de fazer pelo social, pela escola de ensino fundamental e médio, e o educando passa a sentir-se útil e a valorizar o entendimento e possibilidade pelo educativo. Entende esse aluno que está sendo preparado para educar, que deve estar trilhando o que de melhor se conhece das questões educacionais, e que em breve poderá dar seu quinhão de contribuição a todos os alunos que estão nas escolas e esperam e sonham com a possibilidade de acessar ao ensino superior, e não há como se desvincular esse acesso, do sonho do propiciamento de uma vida mais condigna.

Não entendo então o que ocorre na escola de ensino superior. Ministra-se um curso de Pedagogia, a alunos que, em sua maioria, não estão imbuídos da necessidade do educativo em formar educadores de qualidade e cientes das necessidades das escolas de ensino fundamental e médio, de profissionais da educação. Professores visionários que pensem em formar um país melhor, que entendam que alicerçar uma educação de qualidade, é alimentar o sonho social de melhoria da qualidade de vida da população de um país ( no caso, o nosso). O Economista e especialista em educação, Erich Hanushek, em seus atuais estudos comprova que:
Existe uma forte relação entre educação e crescimento econômico. Com o Brasil nas últimas colocações em rankings internacionais de ensino, o que se pode dizer sobre a economia? Com esse desempenho, as chances de o Brasil crescer em ritmo chinês e se tornar mais competitivo no cenário internacional são mínimas. Digo isso baseado nos números que reuni ao longo das últimas décadas. Eles mostram que avanços na sala de aula têm peso decisivo para a evolução dos indicadores econômicos de um país. Olhe o caso brasileiro. Se as notas dos estudantes subissem apenas 15% nas avaliações, o Brasil somaria, a cada ano, meio ponto porcentual às suas taxas de crescimento. Isso significaria, hoje, avançar em um ritmo 10% maior. Vale observar que o que impulsiona a economia é a qualidade da educação, e não a quantidade de alunos na escola.(Revista VEJA)
Em seu estudo, o economista e especialista em educação, conseguiu comprovar que a educação de qualidade consegue melhorar significativamente a qualidade de vida das comunidades e sociedades. Hoje vemos que a Coréia do Sul e Finlândia, conseguem promover evolução extraordinária na qualidade de vida de seu povo, em todos os níveis, e conseguem índices de crescimento invejáveis, e isso vem acontecendo ultimamente com a China. E continua:

"Com o baixo nível apresentado pelos alunos brasileiros hoje,as chances de a economia deslanchar são mínimas"
Segundo Hanushek, a qualidade do ensino e aceitabilidade, a qualidade da educação de um povo esta ligado diretamente à melhoria dos índices de qualidade de vida e de desenvolvimento desses países.
A massificação do ensino, por si só, tem pouco efeito – e a matemática não deixa dúvida quanto a isso. Os dados mostram que a influência da educação passa a ser decisiva apenas quando ela é de bom nível. Aí, sim, consegue empurrar os indivíduos e a economia. A relação é simples. Países capazes de proporcionar bom ensino a muita gente ao mesmo tempo elevam rapidamente o padrão de sua força de trabalho. Quando uma população atinge alta capacidade de raciocínio e síntese, torna-se naturalmente mais produtiva e capaz de criar riquezas para o país. Nesse sentido, a posição do Brasil é desvantajosa. Faltam aos alunos habilidades cognitivas básicas, e isso funciona como um freio de mão para o crescimento. Esse cenário, que já era preocupante décadas atrás, agora é ainda mais nocivo.
O que fica incompreensível, são as relações alunos-educativo que acontecem na escola. As atitudes e direcionamentos, quando não para propiciarem oportunidades individuais, não são coerentes com os anseios sociais, que são as pessoas pagantes e que propiciam e oportunizam todo o processo. Muito pouco se tem de atitudes que prestigiem o desenvolvimento das inter-relações entre o corpo biológico da escola e o social. Sente-se que muitos têm potencial e aptidão para desenvolverem atividades correlatas, mas não vemos propiciar ou oportunizar atividades ou intenções que ascendam nesses discentes a chama do “amor ao educativo” tão difundido por Luckesi, nem ao ”o amor ao social e aos menos favorecidos, nos processos de letramento e de desenvolvimento” tão evidenciado por Freire. Perdem-se no meio de tantos desmotivados e outros tantos alienados, os visionários e os que têm aptidão nata. Alguns, são fisgados por grupos que são verdadeiros encantadores, e se deixam enredar por caminhos sem graça. Talvez, a própria falta de oportunidades vivida antes por esses alunos, os deixem vulneráveis, e os mesmos se encantam por promessas pequenas, salários pequenos, vidas pequenas. Cheguei a ouvir de um aluno que estava satisfeito com o salário que conseguira, e vi seu deslumbramento, senti que ali, que naquela pessoa o sentimento pedagógico perdera-se. A sociedade e o país, não mais pode esperar nada que propicie melhoria a seu povo que advenha desse discente. No futuro, talvez, esse aluno será professor de outros tantos na universidade e propiciará a alienação e entrave dos processos evolutivos, e aí outros tantos como eu, não entenderão a que se destina a UNIVERSIDADE.
Em outubro de 2008, em entrevista á revista ‘NOVA ESCOLA’, Fernando Haddad (Ministro da Educação), declara ser a formação docente, prioridade para o Ministério, e que é essencial que as universidades públicas preparem mais e melhores professores para o Ensino Fundamental.
“Dar aula não é nada simples, talvez seja a atividade mais sofisticada que a espécie humana já concebeu” (Fernando Haddad). Segundo o mesmo, o governo prioriza os cursos de Pedagogia, Medicina e Direito, na lista dos processos avaliativos nacionais das faculdades e universidades, e isso é uma tentativa de aprimoramento. “É preciso que as faculdades adaptem os currículos dos cursos de Pedagogia à realidade da sala de aula” (Haddad). Sinto que o governo está consciente da necessidade do propiciamento de formação de educadores preocupados com o alicerçamento educacional brasileiro. O que vejo é vir à evidência a fala do Senador e Educador Cristovan Buarque, quando diz que “pessoa educada não se deixa escravizar”. O que causa apreensão, é a percepção que a grande maioria dos futuros educadores serão aqueles alunos que hoje na escola se deixam alienar e direcionam e abusam das oportunidades deixadas pelos colegas, por trabalharem, por serem mas concisos, quietos, ou mesmo por aqueles que já se desalentaram e preferem evitar embates, e deixam a água passar por baixo da ponte, e vão e andam, e andam e vão...e aí, sinto o chamamento do povo através dos governantes, dos diretores e gestores, de algumas associações, de algumas ONG’s, de algumas pessoas. De quem escreve como Thais Gurgel (NOVA ESCOLA, outubro 2008) quando diz:
“De todos os fatores que influenciam a qualidade da escola, o professor é, sem dúvida, o mais importante, por isso, a formação (inicial e continuada) faz tanta diferença – para o bem e para o mal. No Brasil, infelizmente, para o mal”.
No meu entender, a qualidade da formação, bem como do profissional que você irá ser, depende das tuas escolhas dentro da universidade. A tua atuação são como as pedras e argamassa que usamos quando da construção do alicerce, e tornar-se bom educador, depende unicamente das tuas atitudes e de teus desempenhos. Prioritário lembrar-se que, és como uma imagem no espelho, e tuas atitudes e escolhas, são teu reflexo.
Nesse curto período que tenho a satisfação de perpassar pela escola, já fui ameaçado, odiado, criticado,... andam a investigar minha vida pessoal e minha atuação dentro da escola. Por certa feita, um colega acirradamente falara: “Você também tem telhado de vidro”. Bom, nunca pensei nisso, apenas vivo um dia após outro. Fiquei frustrado com a atuação de alguns colegas de escola, principalmente aqueles que nos representam e usam essa representatividade de forma escusa. Quando brigávamos e discutíamos em sala no inicio do curso, parecia-me que era a busca. Mas não o era. Era mesmo divergência de personalidade e honradez, de princípios e moralidade, de ética. Investiguem meu ‘telhado de vidro’, para postar minha indignidade, eu não preciso investigar ninguém.
Soares

Bibiografia:
Revista NOVA ESCOLA – outubro 2008
MANIFESTO EDUCADIONISTA
Revista EDUCAR – maio 2008
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido
HANUSHEK, Erick – entrevista revista VEJA (Educação é Dinheiro)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

DESCOMPROMISSO

Há algum tempo tenho acompanhado as relações e atitudes dos alunos que se envolvem com a representatividade dos colegas, no campus. Ano passado, juntamente com alguns amigos brigamos dentro da academia (UNEB - CAMPUS XVI), para que houvesse o propiciamento de eleições lícitas ao Diretório Acadêmico, pois os desmandos da administração que atuava, já por demais haviam demonstrado sinais de incompetência e descaso com os interesses do corpo discente da escola, e as atitudes eram sempre direcionadas ao propiciamento de desenvolvimento individual ou de alguns que simpatizavam ou corroboravam com as atitudes e desmandos dos representantes.
Outrossim, o que chamou-me a atenção, é que os alunos que nos representam estão sempre ligados ao direcionamento de esquerda da academia, e têm uma maneira suja e desonrosa de agirem (não estou aqui, deturpando o esquerdismo, apenas é a verdade) passando por cima de tudo e todos para que seus anseios e desejos, bem como o que propicie o empreguismo dos mesmos, seja alcançado a qualquer custo. O que eles não entendem, é que esses desmandos incomodam e alijam aqueles que realmente anseiam por uma escola melhor e pensam no entendimento daquilo que é proposto na escola.
Já na ultima eleição, ficou evidente a manipulação de atitude por esses alunos, diga-se de passagem que o fizeram de forma competentíssima, para que não houvesse eleição lícita ao DA. Manipularam as inscrições de forma que as outras chapas perdessem o prazo, e o fizeram para que saísse sua chapa, como chapa única, e num total de 800 alunos aproximadamente, conseguiram ser eleitos com 140 votos e hoje nos representam. Não houveram votos contrários, pois não havia em quem votar...
Após a eleição dos mesmos, passaram ao ataque à administração da Escola, acusando-os principalmente de propiciar a liberação de professores ao Mestrado, pois segundo os mesmos isso somente deveria acontecer após a contratação de novos professores, devido a falta de professores no Campus (Muitos semestres estão defasados em suas aulas e pagam aulas no período de férias), e foram excessivamente enfáticos ao declararem repúdio à liberação dos docentes. Hoje, vemos que esses mesmos alunos agem de acordo com o que lhes proporcionam conveniência. Há alguns dias aconteceu dentro da academia a reunião do Colegiado onde foram liberados três professores para estudos (dois para doutorado e um para mestrado), e nossos representantes legais com direito a voto, não compareceram à reunião, se abstendo do direito de voto, o que causou estranheza. Como se foram enfáticos, quando da penúltima liberação de professores, em se colocarem contra, se abstiveram até mesmo de comparecerem à reunião?...Não foi difícil para que eu entendesse o porque dessa abstenção.





Apenas passei a abservação dos nomes dos professores liberados. Amigos...é justa a liberação dos docentes, pois os mesmos não têm culpa da falta efetiva de
professores e não se justifica a poda de formação dos nossos educadores. Possivelmente os mesmos fossem liberados mesmo com o voto contra dos nossos representantes, mas ficaria ali, no documento outorgado quando da reunião, explicitado que os discentes não estão satisfeitos com o problema e o descaso de quem de direito com relação à falta de professores em nosso Campus. O que incomoda e me deixa envergonhado, é a forma e intencionalidade com que são feitas as coisas dentro da academia. Os nossos amigos não estão preocupados com nossos problemas quanto alunos, com os problemas que afligem o corpo discente, e sim com atitudes que propiciem, mesmo que por aleijamento do educativo, desenvolvimento, assoberbamento e apadrinhamento dos mesmos por quem lhes possa propiciar, de imediato ou no futuro, oportunidades. Vemos que são organizadas reuniões apenas para fomento de "diversão". Muitos de nossos amigos precisam de oportunidade junto as escolas, precisam mesmo de ganhar alguns tostões, que lhes possibilitem tranquilidade até, no contato com a escola e o aprendizado, mas isso não ocorre. Sempre as oportunidades são dadas ao mesmo pessoal, e os mesmos aprontam nos espaços das escolas e fecham as portas das instituições, comparecem para desempenharem suas funções alterados, aprontam...mas isso é outra história...
Bem pessoal e amigos, colegas...aos meus 48 anos faço pedagogia junto com vcs, jovens, meninos até...e me orgulho disso. Possivelmente não venha a usufruir de ganhos substanciais que propiciem mudança no meu cotidiano...mas sou um visionário, um "educacionista", e luto por uma escola melhor porque tenho meus descendentes que se Deus permitir, haverão de estar numa escola melhor. Sei que quase sempre me excedo na fala e no tato do trato com vcs, mas é porque vcs estarão educando os meus, os nossos filhos. E acho mesmo que não se consegue desenvolvimento sem educação de qualidade, esmeradamente e polidamente limpa. Não gostaria mesmo que minhas netas fossem educadas por pessoas que usam drogas, que propiciam a promiscuidade dentro do educativo, que não se importam com o social, que somente olham o desenvolvimento do próprio umbigo. Quase sempre fico a abservar algumas professoras que estudam conosco, em sala, e tenho orgulho delas, da luta...são boas pessoas, e olhem estou-me surpreendendo com a força das mesmas, pois não se deixam influenciar, são fortes.
SOARES 4º SEMESTRE PEDAGOGIA

domingo, 28 de setembro de 2008

EDUCAR...UM ATO DE AMOR.

EDUCAR...UM ATO DE AMOR.


Tinha que entender o processo cognitivo e relações existentes entre docentes e discentes, bem como a problemática com relação à evasão crescente que ocorre nos espaços destinados aos procedimentos educacionais. Passei então à elaboração do Projeto “Tira Dúvidas”, o qual, após a apresentação do mesmo a Escola Estadual Luiz Viana Filho, nesta cidade, e sendo o projeto apreciado e aprovado pela diretoria da escola, organizei e passei juntamente com dois outros colegas a ministrar aulas de química, física e matemática, onde discorríamos sobre os assuntos dados durante a semana pelos professores das referidas matérias, e passávamos, sempre aos sábados à tarde, a efetuação dos exercícios que eventualmente deixavam dúvidas.
Percebi então que a maioria dos alunos não tinha a mínima noção do que se discutia em sala, e menos noção ainda, do entendimento da matéria. Esse fato, segundo minhas observações, esta diretamente ligado à dispersão dos alunos, e passei a perceber que os mesmos deixavam a sala durante as aulas não por negligência com os estudos, e sim, por não compreenderem o que se propunha ao entendimento, nem as resoluções dos problemas correlativos quando da solução das preposições. Causou-me estranheza o fato de, o que no inicio pareceu uma grande idéia, como fora a implantação do “Tira Dúvidas”, tenha tido tão pouca adesão dos alunos. Aconteceu então que, devido a necessidade de ausência do professor da matéria, fui convidado a substituir o mesmo e passei a ministrar aulas de Física, durante a semana, aos alunos do EJA- Educação de Jovens e Adultos, do ultimo período. Percebi então que 42 de 49 alunos da sala 1-A, 3º ano, não entendiam operações com sinais, operações com números fracionários, raiz quadrada, etc., que são noções básicas da matemática, para que se passe ao desenvolvimento de problemas básicos de Física, tendo em vista que estudávamos Movimento Retilíneo Uniforme e Movimento Retilíneo Uniformemente Variado.
Após a constatação do fato, decidimos iniciar um processo de recuperação da matéria, onde passamos a ministrar aulas básicas correlativas ao entendimento e resoluções de problemas iniciais com a matemática, e para nossa surpresa e prazer, passamos a viver o verso do processo que se iniciara, passamos a ver o fim da dispersão, passamos a conhecer alunos que até então não haviam comparecido à aula. Alunos que não compreendiam os exercícios de Física, conseguiram por fim resolve-los, e para minha grata felicidade, passamos adiante na matéria, e propiciou-se a discussão da problemática criada com o pouco que conseguiram entender, queriam mais e discutiam mais, perguntavam mais, produziram mais. As aulas de Física são ministradas em dois horários seqüentes, com intervalo de 10 minutos entre elas, o que passou por várias vezes despercebido, e entrava-mos no intervalo maior, sem que nenhum aluno deixasse a sala de aula, e por vezes os alunos da outra sala vinham à porta chamar-me para que passasse-mos a aula do outro grupo.
Os parágrafos anteriores, reservei-me ao relato da experiência vivida com os alunos do EJA do Colégio Luiz Viana Filho, em seguida, passo ao relato das observações feitas durante as aulas, que perduraram no período de 03 de março a 05 de junho de 2008.
Fica evidente a falta de interesse do professor em propiciar o conhecimento aos alunos, pois não se pode acreditar que, o que tenha sido por mim percebido, quanto aluno ainda de Pedagogia, não seja percebido por professor do Estado. Em entrevista realizada com alguns alunos, foi declarado pelos mesmos que por vezes o professor dissera em sala, da incompetência dos alunos do EJA, e que os mesmos apenas ali estavam para a aquisição de um diploma de nível médio. Por várias vezes também, foi dito pelo professor, e fica explicitado aqui, que a afirmação não foi proferida apenas pelo professor de Física, que os mesmos (alunos do EJA) não têm a menos chance no vestibular e que podem se dar por felizes em concluir ensino médio. Declaro desde já o meu repudio a esse tipo de declaração ou forma de educar, e lembro que fui aluno do CPA – Comissão Permanente de Avaliação, da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, que é uma avaliação supletiva, onde o aluno estuda em casa e apenas comparece à escola para a realização das provas avaliativas, e hoje estou no Terceiro Semestre do Curso de Pedagogia 2007.1, No Campus XVI, da Universidade do Estado da Bahia. Atitudes como essas causam:
- Descontentamento nos discentes;
- Desalento;
- Descrédito;
- Desconfiança;
Nasce no estudante um grande sentimento de incompetência no aprender, e o mesmo passa a indagação quanto a verdadeira importância da matéria com relação à sua aplicabilidade. Foi por mim percebido também a existência de alunos que nada querem, e que por vezes, passam a tentativa de deturpação da aula, com brincadeira sem nexo, sem lenço e sem documento, mas que segundo minhas observações, se a interatividade estiver propiciando o conhecimento e despertando o interesse dos discentes, os mesmos resolvem o problema e por vezes, não se faz necessária a intervenção do professor, e que nas aulas subseqüentes, esses alunos problemas passam a participação ativa e efetiva, pois têm potencial de absorção da matéria bem como entendimento, superior àqueles que esforçam-se mais, o que evidencia ainda mais que a aula de má qualidade leva esses alunos a dispersão e à tentativa de bagunçar o ambiente educativo, por acharem que o professor é incompetente e que não sabe ensinar.
Lembro do tempo em que esquentava os bancos escolares, e quão grande é a diferença da atitude do professor de hoje se comparada à atitude do professor de outrora. Sempre existiram alunos relapsos e problemáticos, mas os professores tinham autoridade e impunham-se. É conflitante discutir-se imposição nos nossos dias, principalmente no âmbito educativo, mas é o que existe também nos dias de hoje. Os alunos das escolas particulares têm um melhor desempenho devido a consciência que é construída nos mesmos de forma impositiva, pelos pais, pela escola, pela sociedade, e isso deixa de ser visto como imposição porque eles aceitam com naturalidade, porque é construído nesses alunos a responsabilidade do investimento e a correlação com a perca do mesmo. Há um descaso do professor com o aluno do ensino supletivo, pois entende-se que esse aluno foi o aluno que no passado não quis nada com a escola, ou que tenha sido um aluno problema, e que a necessidade do certificado, pela imposição do emprego é que o tenha levado hoje à escola, o que é um erro. Em entrevistas com os alunos do EJA pude constatar que a maioria deles, não concluíram os estudos devido a inacessibilidade ou devido a urgência em trabalhar. Atitudes governamentais hoje, propiciam aos jovens maiores possibilidade com relação a essa acessibilidade educativa, não se alcançou ainda o ideal, mas em muito se melhorou as condições e se facilitou o acesso as escolas e universidades. Na minha juventude apenas os filhos dos senhores ricos (fortes comerciantes, doutores, latifundiários,etc.) é que conseguiam acessar o ensino superior. Lembro que meu amigo de infância Jeová (Vavazinho), que pelos sonhos dos seus pais tinha que aprender um oficio (profissão), foi por sua família enviado para estudar em Jequitibá, uma escola Católica que existia ou existe ainda no interior da Bahia, e nos vimos por mais duas ou três vezes ainda, e perdemos o contato. O professorado da minha infância tinha um sentimento maior de compromisso com os alunos, com a formação dos mesmos, sonhavam em ver um aluno que tivesse passado por sua mão acessar o ensino superior. Há pouco, antes de fazer o CPA, tive que efetuar uma pesquisa para levantar os dados de minha passagem pela Escola Paroquial na década de 70, e somente fui conseguir localiza-los quando já havia sido aprovado no vestibular, quando em contato com os professores que localizei em Capim Grosso – BA, a professora Valdetina chorou quando soube de minha aprovação, e me falou que nunca é tarde (referindo-se a minha idade) para que se consiga acesso ao ensino superior, e falou de como realizara seu sonho, e de quanto ficava feliz sempre que tomava conhecimento de que um aluno seu conseguira acessar o ensino superior. O conflitante, é que Ela nunca ganhou um bom salário, nunca teve condições de desenvolver um bom trabalho se pensar-mos nas condições de ensino que eram colocadas aos docentes na época.
Estudamos e aprendemos que educar é um ato amoroso, entendemos a necessidade avaliativa no acompanhamento do desenvolvimento do aluno (Lukcesi, Cipriano – 1999), a avaliação da aprendizagem se torna importante quando o docente tem consciência de formar o sujeito, crítico, técnico e necessário à continuidade do propiciamento adequado no processo de qualificação de cidadãos ciosos dos seus direitos e deveres, entendedores que, o seu direito termina onde começa o do outro e vice-versa. È importante educar-se com seriedade e destreza, com o cuidado em formar sujeitos que preocupados com o bem estar de sua prole, para que não mais aumentem os índices de criminalidade que assolam o país. Criar com cuidado os filhos, em detrimento da classe social ou berço, educar para a vida, é preparar o cidadão que sabe amar o próximo, o cidadão que vê a miséria e preocupa-se com a falta de oportunidade que a humanidade tanto anseia. Países que foram destruídos após a segunda grande guerra, foram reconstruídos com investimentos maciços em educação, em processos que duraram por não menos que duas décadas, e hoje esses mesmos países são detentores de grande desenvolvimento, e propiciam ótima qualidade de vida a suas populações ( Japão, Itália, República Checa, Iugoslávia, Alemanha, etc.) com baixos índices de criminalidade, boa educação, boa qualidade de vida, e isso evidencia que, a melhor forma de propiciar melhoras a um povo é educando esse povo. Já existe hoje em nosso País, uma forte corrente de teóricos, sociólogos, políticos, estudantes, e cidadãos que exercem atividades das mais variadas, que acreditam nisso, e defendem a implementação do Educacionismo na nossa federação, como única forma de acelerar e efetivamente levar o nosso povo ao livre exercício da cidadania, onde se defende escolas igualitárias com os mesmos propiciamentos a ricos e pobres. Há ainda muita desconfiança em torno da proposta, pois a mesma partiu da ideologia do Senador da República, Cristóvão Buarque, e muitos vêm nessa atitude, uma forma de autopromoção, pois é da sapiência de todos que o mesmo Senador tenciona e almeja a Presidência da República. O que devemos pensar é: Não foi isso feito nos países que foram destruídos pela guerra?... Não foram tão radicais à termo de formarem escolas igualitárias, mas tiveram a coragem de investir fortemente em educação, e assumir que essa seria a melhor forma de reconstrução dos seus países, educando seu povo e ensinando-os a trabalhar com seriedade e consciência, participando assim efetivamente da reconstrução de pátrias semi-destruídas.
SOARES.

domingo, 24 de agosto de 2008

Reeducar-se... Permita-se


No começo do ano letivo, apresentei ao Colégio Luiz Eduardo Magalhães, o projeto do “Tira Dúvidas”, que tratava do desenvolvimento de aulas de reforço em Física, Matemática e Química, aos sábados à tarde, aos alunos do EJA- Educação de Jovens e Adultos, que cursam o ultimo ano do ensino médio. Aceito o projeto, e com o desenvolvimento das aulas, fomos convidados a substituir também os professores que faltassem durante a semana, e passei a ministrar aulas de física na escola, a noite, aos mesmos alunos que faziam parte do projeto. Com o decorrer das aulas, passei a observação de processos cognitivos do ensino-aprendizagem, tendo em vista o baixíssimo rendimento dos alunos e o alto grau de dificuldade em relação ao entendimento de assuntos simples, que deveriam ser já dominados pelos alunos para que passássemos ao desenvolvimento de exercícios de dificuldade mediana, que fazem parte do currículo das matérias proposto para o terceiro ano.
Tivemos que retroceder nos assuntos, e passamos ao ensino do básico dessas matérias, para que fosse propiciado o entendimento mínimo dos exercícios propostos em sala, e para minha surpresa, passaram os alunos a acompanharam com mais desenvoltura e facilidade os exercícios e o avanço foi evidente, e evidenciou-se não tratar-se de desinteresse do corpo discente o baixo aproveitamento. Passei então a pesquisa em busca das razões que propiciavam esse baixo aproveitamento, e entendi tratar-se de desinteresse do corpo docente em tornar as aulas interativas e interessantes, os moldes do ensinamento da matéria física, por exemplo, estão centrados em métodos antigos, e não despertam a curiosidade e interesse dos alunos em entenderem como se chega a uma conclusão. Em conversa com um aluno, o mesmo contou que o professor da matéria comentara com os mesmos que: “Vocês só estão aqui pra terminar o segundo grau, pois só estão atrás de um diploma”. É estarrecedor como a falta de discernimento de alguns docentes propiciam o desinteresse dos alunos e plantem o comodismo, passam desiludir e quebrar sonhos possíveis, como se sentissem prazer em quebrar os encantos e isso os deixam menos responsáveis e mascaram o fracasso dos mesmos como educadores. Métodos também se tornam arcaicos. A velocidade como as tecnologias tomam posse do âmbito educativo, faz-se extremamente necessária a atualização constante dos professores em relação ao método de ensino. O assunto é o mesmo, a forma como ele é posto, não. Todos têm acesso a métodos cognitivos de desenvolvimento, e espera-se isso também em sala de aula, e se espera isso do professor. Como se explicar aos olhos do leigo a desinformação dos educadores?...Espera-se, quando se adentra a uma sala da aula para se ser instruído, que aí se encontre o melhor e o que há de mais moderno em matéria de educação, e isso muitos educadores ainda não entenderam.
Quando passei a trazer uma metodologia diferente de ensino, onde todos participavam, e foram buscar na internet novidades educativas, o interesse dos alunos foi tamanho que, como os horários são duas aulas seqüentes, não percebíamos o termino das mesmas, e alunos que eram dispersos, ou que saiam da sala quando a aula começava, passaram a ser os maiores participantes, e por vezes, concluíamos as duas aulas com sala completa e entravamos no intervalo maior e não percebíamos, e quando percebíamos ainda ficávamos até o término do exercício que estávamos a executar.
“Quando jovem, não me recordo de estudar física assim, decorávamos as matérias e formulas, e não sabíamos para que servisse aquele aprendizado, não conseguíamos fazer a relação com a vida, nem com a preposição a que se destinava tal aprendizado”. Para desenvolver as aulas pesquisei e estudei muito, principalmente no site www.sofisica.com.br, onde tive a felicidade de entender novas formas de ensino e formas mais interativas de tornar a aula mais interessante, passando a despertar o interesse dos jovens. Passei a dar aulas sempre com a sala cheia, e isso causou uma atitude inesperada aos olhos dos professores, enquanto o diretor elogiava a forma como eram conduzidas as aulas, senti cada vez mais no corpo docente um aumento do distanciamento, e uma certa frieza no trato. Certa feita o líder da sala 3, entrou na sala dos professores e se derramou em elogios a aula que acabara de ministrar, e aí , deixou claro a intenção dos alunos de assinarem uma relação onde preiteavam que eu substituísse o professor da matéria em definitivo, e foi um vexame. No dia seguinte, nenhum dos professores olhava para mim, e fiquei incomodado, não comigo, gosto de desafios, mas com o que pudesse advir de tal situação, e me afastai das aulas. Ainda não é tempo de comprar essa briga, mas ficou evidente que a maior causa de desinteresse na escola, está na falta de boa vontade de muitos educadores em reeducar-se. O governo tem feito sua parte dentro do possível, disponibilizando cursos de extensão e capacitação, e muitas vezes não se conseguem formar turmas devido o desinteresse dos docentes em reeducarem-se. Tenho tentado passar aos colegas que esses cursos de capacitação, deveriam acontecer dentro da escola e dentro dos horários de atuação dos docentes, para que passem a ser exigidos e tornem-se presenciais. Interação e conectividade com as TICs não se aprende no bar da esquina, e sim no contato direto e com instrutores capacitados, contando ainda com o interesse de quem aprende, que é o ponto referencial para que aconteça a produção do conhecimento. Gostaria que esses educadores tivessem a oportunidade de dar aula com uma sala cheia, e sentir que os alunos não querem sair antes de terminarem suas tarefas ou de entenderem o que está proposto, o coração da gente se enche de orgulho, e sentimos a satisfação de estar fazendo algo bom. O que não entendo, é que senti essa satisfação e estava dando aulas gratuitas, sem remuneração, apenas como objeto da minha pesquisa, como podem os professores não sentirem prazer em ensinar?...Se ganha pouco, é estafante, tem-se muita dificuldade... Más o prazer em se ver uma sala toda voltada a procurar entender o que se propõe, e você sendo o mediador dessa interação, não tem remuneração que pague.
Acho que não serei professor, tenho direcionado meus estudos pedagógicos à pesquisa no âmbito educativo, mas isso não tira o encanto de saber o que senti, ao ver nos olhos dos alunos o interesse coletivo em resolver problemas de Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, e elogiarem a si mesmos quando chegam ao resultado e entenderam as preposições das resoluções. Fiquei orgulhoso de mim. A gente sente que é possível se fazer alguma coisa para se mudar o social e o caos que se vive, e que não se conseguirá isso se não por educação. Sinto hoje que muitos jovens estão abertos ao entendimento e estudo, só que temos que nos tornar interessantes, e fazer-mos com que os assuntos também se tornem interessantes, para que mos atraias a atenção e admiração dos jovens, e que esses passem a sentir a verdadeira necessidade que se tem hoje no quadro caótico que se encontra a sociedade em bem educarem-se, e cooperarem para a mudança que tanto se anseia.

domingo, 27 de julho de 2008

UNIVERSIDADE, SALA DE AULA... FAÇA O QUE SE PEDE.

UNIVERSIDADE, SALA DE AULA... FAÇA O QUE SE PEDE.


Fazer universidade aos 47 anos, é um privilégio para poucos, ainda mais quando se é de uma classe menos favorecida. Nesse texto, tento de forma simples colocar em debate meus conflitos, alegrias a decepções, que afloram nos meus dias de estudante, a partir da vivencia com o âmbito educativo. Quando eu via nos programas que tinha acesso, a desenvoltura dos embates discursivos de alunos universitários em espaços acadêmicos, que acontecia em programas da mídia, eu sonhava em poder aprender e ter a liberdade de construir conhecimento. Achava eu nesse tempo, que os espaços universitários, eram acima de tudo, lugares que geravam muita controvérsia e propiciavam a discussão, e assim se passava então a produção do conhecimento puro e novo, com o intuito de colocar em cheque o que esta posto em todos os espaços de desenvolvimento humano, visando o melhoramento do quadro social caótico que a humanidade se encontra.
O conflitante é se ter a constatação que isso não ocorre, que mesmo dentro de um espaço de construção do pensamento e desenvolvimento de inteligências que visem melhorar o quadro melodramático que se encontram os povos, não encontramos a tão sonhada liberdade de construção. Muitas vezes, esse cerceamento da liberdade de produção individual, é mantida pela covardia dos próprios estudantes, que vêm na aquisição de um certificado (diploma) universitário, a possibilidade de ascensão social, de ganho de capital, e por covardia, ou necessidades, deixam de produzir, deixam de pensar, deixam do construir a tão sonhada critica social que a humanidade tão anseia. Vejamos, se o fazem, a internalizam, e assim sendo, que bem pode advir essa atitude ao social?... Não se permite na academia a crítica as instituições que atuam na cidade. Não se critica o fato dessas instituições fecharem suas portas às visitações dos alunos das Universidades Públicas, e não o fazerem aos alunos das escolas particulares. O incompreensível, é que não se permite a crítica, a instituição que passa a ser discutida, fecha o acesso aos estudantes, aos cientistas que somos quanto estudantes. Se o que fazem está extremamente certo, a atende fidedignamente aos anseios e necessidades da comunidade onde atuam, porque se fecham a critica?... o que se faz não está totalmente isento de anexação, e a criticidade feita em sala de aula, vem com a intencionalidade de produção de conhecimento novo. “Quando discuto que o método aplicado por determinada escola no meu entender está ultrapassado, não estou dizendo que a escola é ruim ou que está agindo de forma errada, e sim, que, dada a velocidade do desenvolvimento, a todo instante se produz conhecimento novo, e uma metodologia que a pouco era tida como excelente, passa a defasagem por aparecerem novas necessidades no educativo, e que a busca pela perfeição deve ser eterna, o educador deve ser um eterno aprendiz, um eterno pesquisador das possibilidades educacionais, tanto em relação as melhorias, ao currículo, ao método, ao sistema, a matéria, a tudo”. A escola, vive do possível, e faz o possível, e muitas atendem dentro do possível o que se propõe. Mas a escola vive do que chega a sua disposição. Mesmo aquelas que são exemplos de atuação e organização, têm deficiências, e deveriam sim ser totalmente abertas aos estudantes e suas críticas, deveriam ser propiciados estágios e produções individuais dos estudantes com relação a sua percepção em decorrência dos estágios, e após, serem discutidas essas percepções e sugestões em reuniões organizadas pela própria escola e a comunidade a qual se encontram inseridas, aí sim, estaríamos produzindo conhecimento e levando-o ao propiciamento do desenvolvimento humano. O que se vê, é muito diferente. Fecha-se a escola à crítica, a acovardam-se os universitários, por acharem que fecham-se assim os estágios a as possibilidades de emprego. Pensei em desistir do curso de pedagogia, pois direciono os estudos ao campo da pesquisa educativa e das novas tecnologias na educação, e essa impossibilidade de acesso ou de expressão, tira a essência a que me proponho. Essa busca causou uma antipatia com os colegas de sala, e às vezes é insuportável a convivência, não entendo o pôr que de se inflamar essas diferenças e leva-las para o individual. Numa classe com 46 estudantes de pedagogia, é de se esperar que aflorem diferenças gritantes, ainda mais quando se sabe que cada indivíduo vem em busca na universidade dos seus interesses, e segundo minha percepção, a maioria, busca mesmo crescimento individual que propiciem o desenvolvimento do capital e orgulho, o crescimento que lhes propiciem posição e ascensão social, prestígio em detrimento da possibilidade de melhoria no social.
A Universidade, por sua vez, age, de forma a coibir as liberdades individuais no que diz respeito a produção cognitiva do conhecimento ou a busca do novo. Os estudantes são bombardeados com informações filosóficas, sociológicas, educativas, mas penso as vezes, que esperam que produzamos e passemos a expressar o pensamento puro, aquele que vem de dentro do sujeito, quando não mais se sentirem responsáveis pela produção, pela escrita, pela fala dos alunos. Nunca assisti ou presenciei a explanação de uma idéia que não fosse direcionada ou podada, enquadrada no eixo daquilo a que a aula esta proposta. ”Zuenir Ventura disse em entrevista a Serginho Groisman, no programa ‘altas horas’, que viveu passeatas, foi as ruas, brigou, mas que essa vivencia deve servir de exemplificação e não para copismo atitudacional”... eram outros tempos, devemos estudar tudo o que chegar a nossa mão, para termos um entendimento coerente às necessidades das pessoas e comunidades, e não nos acometermos dos mesmos erros do passado. Não é sem conhecimento de causa que o Senador Cristovan Buarque profere que a falência do Socialismo deveu-se ao descaso do sistema à importância da industrialização, bem como o descrédito do capitalismo, deve-se ao propiciamento da ganância, e propõe hoje, a fundamentação das soluções sociais centradas no Educacionismo. Todos os grandes homens, foram gênios no seu tempo, e é isso que devemos admirar e aprender, e não trazermos e mantermos atitudes que foram soluções ou que foram revolucionárias à sua época, a serem postas nos nossos dias. Diuturnamente vemos alunos pensantes que se sentem tristes e solitários, pois não encontram apoio na sua busca, e então o caminho do aprendizado torna-se árduo e difícil. O isolamento dentro do espaço educativo, descentra o pensamento e o aluno produtor do conhecimento volta-se aos cuidados em não adquirir inimizades, em cuidar a não sair da linha de pensamento do professor, pois isso profere na inquietação e no descaso, e muitas vezes quando tenta participar da aula, geralmente torna-se pessoa não grata. Na ultima demanda na sala, o mesmo aluno que levou para fora dos muros da universidade, a discussão que fora desencadeada por mim, a respeito da impossibilidade da escola fazer mais pelos alunos (e isso aconteceu porque deixei escapar na fala o nome de uma escola municipal na qual o aluno trabalha), esse mesmo aluno, falou também, que a maior instituição filantrópica do nosso município “é uma escola seletiva, excludente, e que não propicia o ingresso ou permanência do aluno pobre”...ora...você esta certo, e foi após essa critica e discussão, que ousei criticar a impossibilidade da escola municipal fazer mas pelos seus alunos. Só que não pensei na possibilidade de estar fechando portas aos universitários, pensei discutirmos em busca de entendimentos e soluções a problemas que, mesmo a melhor escola de nível estadual ou municipal da nossa microrregião, sofrem, mesmo quando dão o melhor, ainda perduram na falta de capacitação e problemas correlativos. Um exemplo disso, é a diferença de salário que são pagos pelo Município aos professores, quando comparados com o município vizinho de Jacobina, que paga a seus professores R$850,00 (oitocentos e cinqüenta reais) mensais, contra os R$420,00 (quatrocentos e vinte reais) pagos pelo nosso município, e ainda tem o problema dos professores contratados, que recebem esse salário descontados de R$50,00, a titulo não sei de que, sendo que eles não têm direito a nada, a nada que se refere a leis trabalhistas. Aí vem novamente a evidência a fala do Senador Cristovan Buarque, quando defende a federatividade da escola, para que esses desmandos administrativos não ocorram. Problemas como esse, deveriam ser debatidos pelos estudantes de pedagogia, a causa, as preposições, conseqüências no educativo, no social, etc...Não se discute por exemplo: que tipo de escola está sendo oferecida às crianças da Vila Feliz?...sabem pelo menos responder se lá tem escola?...claro que não sabem. Há quatro anos passados morei na cidade de Canarana, e trabalhei muito quando no lançamento da candidatura do atual Prefeito daquela Cidade, foram proferidas muitas promessas com relação à educação, inclusive com relação ao curso de extensão da UNEB naquela Cidade, o que não aconteceu, porque isso não ocorreu?...Hoje em conversas com alunos de outras escolas daquela cidade ouço criticas e referencias a atitudes e desmandos. Deveríamos discutir isso em sala, pesquisar, deveríamos levantar na internet os valores enviados pelo governo aos municípios de nossa região para educação, e compararmos com o que se gasta em educação. Garanto que isso causaria horrores. O que sinto é que esses problemas de ordem social, não têm respaldo dentro da academia nem do corpo discente. Ninguém se preocupa com o que está sendo feito...ninguém faz nada, nem se discute nada. Eu pesquiso pouco, não tenho tanto tempo assim, mas o pouco que pesquiso, é de causar horrores e náuseas. As autoridades se quisessem, poderiam também pesquisar e tomar providências. O que me preocupa, é que os estudantes de pedagogia, que deveriam preocupar-se com o que acontece, correlacionando com a conseqüências disso no educativo, não o fazem. Se não querem se envolver no questionamento político, que pelo menos o façam junto as comunidades. Que sejam visitadas associações de bairros, vilas, roças...que nos mostrem a realidade que devemos combater e tentar mudar. Existem monitorias em projetos onde se atende telefones, arquivam-se papeis, mas não existem monitorias de visitação a esses espaços comunitários, para levantamento de dados que propiciem o desenvolvimento ou melhorias nessas comunidades. A partir de agora, vou passar a produzir vídeos para mostrar esses desmazelos. O lema é o seguinte: “Se a escola não tem estrutura para nos mostrar o lado obscuro da educação, vou tentar traze-lo à escola”.
Sinto uma aflição muito grande, quando olho para minhas netas, e vejo que as pessoas que vão cuidar da educação das mesmas, são colegas como os meus. Percebo que se não houver um conclame à pedagogia qualitativa, que pense realmente na formação de pessoas melhores, não vou alcançar as mudanças sociais sonhadas por todos, e vejo que isso somente acontecerá, talvez, numa geração que ainda não nasceu. Existem muitas escolas no nosso município, mas somente três escolas municipais estão abertas ao estudo pedagógico e à visitação dos estudantes...Porque?

Etemicio Lídio Soares